Catorze dos 18 funcionários da cozinha da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda estiveram em greve, no passado dia 23, por melhores condições de trabalho num serviço instalado em contentores há mais de ano e meio.
A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro para denunciar as deficientes condições de trabalho na cozinha que serve o hospital da Guarda, segundo Afonso Figueiredo. O antigo espaço foi encerrado em maio de 2013, tendo os trabalhadores da empresa concessionária confecionado as refeições no IEFP da Guarda até agosto desse ano, altura em que a cozinha foi instalada em contentores. O dirigente sindical considera que estas instalações provisórias «não têm espaço» para os funcionários [da concessionária e da ULS] trabalharem. «Por muito que se esforcem, é natural que a qualidade da alimentação esteja comprometida quando chega aos doentes e aos funcionários do hospital», admitiu Afonso Figueiredo aos jornalistas.
Os trabalhadores em greve não foram recebidos pela administração da ULS, mas o seu presidente disse aos jornalistas que já tinha respondido por correio eletrónico às reclamações. Vasco Lino rejeitou que a cozinha provisória não reúna condições de trabalho, sublinhando que os contentores «foram feitos para aquele fim e são acompanhados pelas autoridades» de saúde pública e pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). De resto, o presidente do conselho de administração revelou que, em breve, a unidade será aumentada com mais dois contentores e que, «futuramente», a cozinha da ULS será instalada no edifício do “Pavilhão 5”, das antigas Urgências.
O concurso público para construção da cobertura do edifício já foi publicado, seguindo-se «um outro para a requalificação interior», estando prevista «a construção de uma cozinha» que substituirá a que está atualmente em contentores, referiu Vasco Lino. A greve decorreu entre as 6h30 e as 19h30, mas não comprometeu o fornecimento de refeições no hospital da Guarda por estarem assegurados os serviços mínimos.