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Fronteira controlada em Vilar Formoso

Um indivíduo foi impedido de entrar no país no primeiro dia dos controlos documentais de pessoas

Um cidadão estrangeiro viu ser-lhe recusada a entrada em Portugal, na madrugada de terça-feira, em Vilar Formoso, por estar indocumentado. O indivíduo vinha no comboio Sud-Express, que liga Paris a Lisboa, e foi interpelado por elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) na estação de caminhos-de-ferro da vila fronteiriça, no âmbito do controlo documental de pessoas por causa da cimeira da NATO.

Ao que tudo indica, o homem, alegadamente músico de rua, não integrará a lista de personas non gratas em Portugal até sábado. «Foi impedido de entrar por não se poder confirmar a sua identidade», disse Manuel Jarmela Palos, director do SEF, que esteve em Vilar Formoso durante a manhã. O controlo documental não causou grandes transtornos na principal fronteira terrestre do país, mas até à meia-noite de sábado a entrada em Portugal efectua-se por uma única via. Tudo para que elementos do SEF, acompanhados por militares da GNR fortemente armados e com cães, mandem parar os automobilistas, a quem pedem a documentação. O procedimento dura, normalmente, poucos segundos. Menos sorte teve um jovem de rastas que se fazia transportar numa carrinha de matrícula belga, que levantou algumas suspeitas e teve que ir ao posto misto da fronteira esclarecer alguns pormenores. O homem pôde seguir viagem uma dezena de minutos depois.

Neste dispositivo não são vistoriadas as galeras dos pesados de mercadorias – estima-se que cerca de 10 mil camiões cruzem diariamente a fronteira de Vilar Formoso, uma situação justificada pelo director do SEF por estar apenas em causa o controlo das pessoas. «Trabalhamos muito com base na informação, mas sempre que for preciso os meios entram em acção», garantiu, enaltecendo a estreita colaboração com as autoridades espanholas. Em Vilar Formoso, o SEF tem 48 elementos, apoiados por militares da GNR e agentes da Judiciária. Paralelamente, a GNR está a fiscalizar nove postos não autorizados de fronteira entre Figueira de Castelo Rodrigo e Sabugal. O controlo documental de pessoas foi reposto, excepcionalmente, em todas as fronteiras portuguesas, entre 16 e 20 de Novembro, devido à realização em Lisboa da Cimeira da NATO durante aquele período. Esta medida está prevista no Código de Fronteiras Schengen, cujo regulamento admite que o controlo das fronteiras pode ser reintroduzido «a título excepcional e durante um período de tempo limitado» em caso de ameaça grave à ordem pública e à segurança interna.

Forte aparato policial acompanha acção do SEF na fronteira

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