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Freguesias reclamam mais ecopontos

Águas do Zêzere e Côa vai colocar mais 150 unidades nas aldeias da região para melhorar a recolha selectiva de lixo

O sistema de ecopontos nos 13 concelhos servidos pela Águas do Zêzere e Côa (AdZC) tem apresentado algumas falhas. Em diversas freguesias o número de receptáculos é insuficiente ou a sua localização não é a mais adequada, mas alguns presidentes de Junta contactados por O INTERIOR também se queixaram de falhas na recolha dos resíduos. Gravata Filipe, responsável pela AdZC – Resíduos, sustenta que este problema não foi notificado pelos autarcas, mas que, à semelhança dos outros, será resolvido «brevemente».

Nos Trinta há apenas um ecoponto para uma população de 600 pessoas (que quadriplica no Verão). António Dionísio, presidente da Junta, reclama por isso mais duas estruturas, uma vez que o existente «enche depressa e o lixo acumula-se por muito tempo no chão, onde as pessoas o deixam. O maior problema é que depois o vento e os cães revolteiam tudo». A população tem aderido, mas, «quando vêm que não vale de muito, desanimam. O mesmo acontece com os cafés e restaurantes, que querem separar e não podem», lamenta. Problema parecido vive-se em Vila Cortês do Mondego. A população residente é de 400 pessoas, mas duplica durante o horário laboral: «Temos um ecoponto na aldeia, que não é suficiente, pois há muitas empresas e habitações junto à EN 16. Falta pelo menos mais um nessa zona», adianta o autarca local Lúcio Gonçalves. Na Castanheira, os moradores das duas anexas têm que se deslocar à sede de freguesia para usar o único ecoponto disponível. Só que, como constata Leonel Abadesso, presidente da Junta, «as pessoas não se querem deslocar muito».

A distância já foi mais facilmente tolerada em Pêra do Moço. A freguesia tem seis anexas e só duas delas (com 180 habitantes cada) não estão servidas. Estes moradores transportam os resíduos devidamente separados para as aldeias vizinhas, mas o desagrado pela “obrigatoriedade” da deslocação já chegou aos ouvidos da Junta. Nos últimos tempos, a afluência é tal que o cartão se tem acumulado. «Tem havido mais afluência, mas menos recolha», lamenta o presidente António Saraiva. Um problema que Gravata Filipe sustenta poder ser solucionado através de uma Linha Azul da AdZC, mas António Saraiva lamenta que a empresa só venha quando se telefona. «Se tenho de ser sempre eu a telefonar para fazerem a recolha, estamos mal», critica. Contudo, à empresa não chegaram queixas relativas à recolha dos resíduos, mas Gravata Filipe está disponível para resolver o assunto: «Há que ver a melhor solução. É uma das situações que queremos reequacionar com as Juntas», refere a O INTERIOR.

A opção passa por diminuir o tempo entre cada recolha. Actualmente, os resíduos separados são recolhidos de três em três semanas, mas, durante o Verão, o período será encurtado para 15 dias. O número de ecopontos em serviço também será reforçado com mais 100 ou 150 unidades, em freguesias rurais e urbanas. Ainda assim, Gravata Filipe diz-se satisfeito, «não tanto pelo número de pedidos de ecopontos», mas pelo crescimento «de 20 por cento ao ano» na recolha selectiva de lixo na região. A AdZC-Resíduos vai também contactar grandes superfícies comerciais para que as pessoas ali possam depositar os resíduos. Outro projecto passa por sensibilizar os restaurantes (que utilizam muito vidro e plástico) ou os bancos (por causa do papel) para a separação selectiva. A recolha porta a porta já é executada por algumas empresas do grupo Águas de Portugal, mas a sua implementação na região vai depender da disponibilidade das instituições. «É uma iniciativa que dificilmente irá para o terreno este ano. Tem de ser iniciada com muita cautela», justifica Gravata Filipe.

Igor de Sousa Costa

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