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Francisco Lopes preocupado com a falta

Candidato do PCP às Presidenciais de 2011 encontrou-se com agricultores em Malta (Pinhel)

O candidato do PCP à Presidência da República, Francisco Lopes, mostrou-se preocupado com a «destruição do aparelho produtivo» no interior do país. Num encontro com agricultores, no último domingo em Malta (Pinhel), o actual deputado na Assembleia da República encontrou uma região em que «os agricultores são obrigados a abandonar a terra porque não obtêm rendimento».

Antes, o candidato esteve em Gouveia e Seia, onde também encontrou um cenário «pouco animador», disse. No final da tarde, na Casa do Povo de Malta, Francisco Lopes ouviu as preocupações da gente da região, cujo principal problema é há muito uma evidência: «Quem mais trabalha a terra, mais prejuízo tem», resumiu um dos produtores. Na plateia, os agricultores esperavam que o candidato apontasse um caminho, mas Francisco Lopes respondeu que uma das soluções passa por «fixar preços de produção que sejam vantajosos» para quem trabalha a terra. No entanto, esse não parece ser sequer um caminho possível, já que o próprio reconheceu que o Governo dificilmente aceitaria tal medida por ir «contra as leis do próprio mercado». «Pôr Portugal a produzir», para evitar a dependência do estrangeiro, é um dos lemas da sua candidatura, só que esse desígnio esbarra muitas vezes numa dura realidade: «Nunca, até hoje, a agricultura foi tão desprezada, deixámos de produzir», sustentou outro agricultor, militante do PCP.

O discurso deste produtor convergiu com outro dos problemas que Francisco Lopes reconheceu: a progressiva desertificação das aldeias beirãs. Segundo o candidato, o maior problema surge quando os mais novos olham para o trabalho dos familiares na terra e vêem que não dá lucro. «Os jovens vão-se embora, partem para outra e cada um que parte é mais um bocadinho da produção nacional que vai abaixo», constatou. Embora tenha admitido que um Presidente da República não governa e, portanto, o seu campo de actuação para resolver estas questões é reduzido, Francisco Lopes garantiu que os poderes são suficientes, «têm é de ser bem aproveitados». Para esse efeito, defendeu que o presidente deverá fazer pressão sobre o Governo, «apoiando-se na lei fundamental, a Constituição da República, já que estão lá consignados os direitos da política agrícola». Apesar do cenário negro traçado em Malta, o candidato levou do interior «uma ideia de grande disposição e determinação das pessoas» com que contactou «para mudarem Portugal para melhor».

Catarina Pinto Francisco Lopes quis ouvir os produtores locais

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