O jogo mais aguardado na primeira jornada do Distrital da Guarda, entre os terceiro e quarto classificados da época transacta, não defraudou as expectativas. Trancoso e Foz Côa protagonizaram um excelente espectáculo numa partida em que foram marcados cinco golos, com a vitória a sorrir aos visitantes, que mostraram possuir argumentos para lutar pelo título.
Contudo, foi a equipa da casa que entrou melhor, tendo criado a primeira jogada de perigo aos 8’, com Bruno Costa a forçar Valter a uma boa defesa. Por isso, foi um pouco contra a corrente que o Foz Côa se colocou na frente do marcador. Faneca (ex-Sabugal) bateu um pontapé de canto, levando a bola a sobrevoar toda a gente até entrar na baliza. Em desvantagem, o Trancoso reagiu e, aos 26’, foi novamente Valter a evitar o golo, desviando para canto o remate de Quim. Na sequência do canto, cobrado por Gazela, Zézito teve uma intervenção infeliz e marcou na própria baliza, restabelecendo a igualdade. O empate poderia ter sido desfeito ainda antes do final da primeira parte, mas Zézito cortou em cima da linha, redimindo-se do auto-golo. Depois, foi Fernando que, de cabeça, evitou que o remate de Rocha terminasse no fundo das redes trancosenses.
No segundo tempo foi o Foz Côa que assumiu o controlo das operações, tendo passado de novo para a frente do marcador aos 50’. Isolado frente a Sampaio, Bruno Coutinho permitiu a defesa, mas conseguiu recuperar o esférico e centrar para Silva, que, sem marcação, só teve que cabecear para a baliza deserta. O empate não tardou a surgir, graças a uma grande arrancada de Bruno Costa. O avançado do Trancoso embalou do seu meio-campo e passou em velocidade por Saraiva e Zé Pedro até à grande área contrária, onde rematou para golo, apesar de um ligeiro desvio de Valter. O jogo caiu então numa fase menos movimentada até aos 78’, quando Faneca, de livre directo, atirou fortíssimo ao poste direito.
Os visitantes intensificaram a pressão na recta final e, aos 85’, Silva surgiu isolado pela esquerda e atirou um “petardo” que não deu hipóteses a Sampaio. Estava estabelecido o resultado final. Boa arbitragem do trio chefiado por André Silva. Após o jogo, o treinador do Trancoso reconheceu que o adversário «teve mérito» na vitória, dizendo não entender como é que a sua equipa «sofreu três golos». José Pinto adiantou ainda que os objectivos para o campeonato passam por «andar o mais tranquilos possível, o ideal era “chatear” os primeiros», sublinhou. Já Dadinho considerou que o Foz Côa foi um vencedor «justo» porque «teve sempre mais caudal ofensivo e mais oportunidades de golo». Quanto aos objectivos, o técnico não exclui a possibilidade de lutar pelo título: «Não vamos dizer que não estamos a trabalhar para ganhar. Vamos tentar amealhar, jogo a jogo, o máximo de pontos e no fim faremos as contas», declarou.
Ricardo Cordeiro