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Fornos de Algodres vira à esquerda

Manuel Fonseca pôs fim a hegemonia social-democrata num dos mais pequenos e endividados municípios do distrito da Guarda

O socialista Manuel Fonseca é um dos protagonistas destas autárquicas no distrito da Guarda após vencer ao PSD a Câmara de Fornos de Algodres. O novo presidente foi eleito com 47,15 por cento dos votos, enquanto o social-democrata João Carlos Costa obteve 42,9 por cento, o que se traduz numa diferença de 158 sufrágios.

O economista, de 51 anos, diz que esta vitória era «perfeitamente previsível», tendo em conta «o descontentamento que se foi gerando com a dívida da Câmara, os investimentos megalómanos e a falta de emprego que está a afligir o concelho». Na sua opinião, os eleitores mostraram querer «um novo rumo» para Fornos de Algodres, que foi alvo de um plano de reequilíbrio financeiro por parte do Estado, e «castigaram quem nunca fez nada pelo município». Uma das prioridades de Manuel Fonseca é «esclarecer o dossier» do hotel da vila, pois pretende apurar qual a participação da Câmara no projeto e na sociedade. Outra é «clarificar com realismo» a dívida municipal e, avaliar da «possibilidade e vantagens» de renegociar juros e prazos junto do único credor, uma instituição bancária. «Atualmente, a Câmara tem uma dívida de 35 milhões de euros e encargos bastante elevados, mas as receitas são da ordem dos seis milhões, pelo que vamos tentar minimizar os custos da dívida», adianta o autarca recém-eleito.

Manuel Fonseca garante que neste mandato «não haverá investimentos megalómanos» e que a sua atenção vai centrar-se no apoio aos pequenos empresários e à criação de emprego. Para tal, conta investir, nomeadamente, numa incubadora de empresas, pois «há pequenos empresários que querem lançar o seu negócio e a Câmara vai ter de os ajudar a criar a sua empresa». Isto numa altura em que «já não há quase emprego nenhum em Fornos devido ao fecho de empresas e de serviços», refere o socialista, que pode ter a vida complicada na Assembleia Municipal. É que PS e PSD conseguiram os mesmos mandatos – 7 para cada lado –, enquanto o CDS-PP elegeu um deputado. Apesar das tentativas, o social-democrata João Carlos Costa não esteve disponível para comentar os resultados.

Luis Martins «Eleitores castigaram quem nunca fez nada pelo concelho», afirma Manuel Fonseca

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