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«Fonseca Ferreira deve um pedido de desculpas»

À saída do Congresso Federativo, José Albano Marques confessou-se «magoado» com o candidato excluído

O XVIIIº Congresso Federativo do PS da Guarda decorreu no último domingo, quinze dias depois da reeleição de José Albano Marques, candidato único após a exclusão de António Fonseca Ferreira.

Este foi, de resto, o “tema quente” do dia, com “farpas” constantes nos discursos, e perante uma plateia “desfalcada”, onde não esteve, por exemplo, o presidente da concelhia da Guarda do PS, Nuno Almeida. José Albano Marques também dedicou algumas palavras a Fonseca Ferreira, afirmando aos jornalistas, à saída do Congresso, que o urbanista deve «um pedido de desculpas» aos militantes. «Guardo alguma mágoa, sobretudo porque Fonseca Ferreira não me conhecia e teceu afirmações gravíssimas e atentatórias à minha dignidade desde a primeira hora», disse o presidente da Federação. O líder socialista lamentou que, «mesmo depois de conhecer as decisões internas e externas relativamente à sua candidatura», o ex-candidato não tenha sido «capaz de dar o braço a torcer e pedir desculpa aos militantes pela má imagem que se criou, por ter exposto a vida do partido, e por ter criado esta situação de ir a votos em pleno mês de julho».

Mas, para o dirigente, «tudo pertence ao passado», salientando a importância de «estarmos unidos para dar um novo alento ao PS. Vou trabalhar com todos, mesmo com aqueles que pensaram de forma diferente», garantiu. Relativamente ao Congresso, José Albano Marques disse-se «bastante satisfeito» com a adesão dos delegados, «atendendo à época», e salientou o «debate saudável» e a «participação histórica» em termos de moções sectoriais (houve seis). «Ficou demonstrada a vontade dos militantes em trabalhar pelo distrito», considerou o dirigente, acrescentando que o Congresso serviu para a «afirmação da liderança de uma equipa que parte unida para o combate autárquico» com o objetivo de «conquistar o maior número possível» de Câmaras.

Por sua vez, Joaquim Valente dedicou o seu discurso à paragem das obras do Hospital da Guarda, afirmando que «não tem memória» de uma empreitada em Portugal «que corresse como esta». Para o edil guardense, a culpa é do governo, pois, «a partir do momento em que o PSD assumiu os destinos do país, houve um retrocesso e não foi dada sequência ao dinamismo que se exigia». Joaquim Valente lembrou que «a segunda fase já devia estar em execução» e considerou que a infraestrutura, tal como está, «não é valor acrescentado e contraria a necessidade de termos um equipamento de saúde à altura do que os guardenses merecem». O autarca abordou ainda a questão da interioridade no ensino superior e defendeu que, «a haver intervenção nos politécnicos, então que se fechem as instituições da faixa litoral e se crie um numerus clausus para os politécnicos do interior». Na sua opinião, este tipo de ensino é «importante na formação de capital humano que pode dar o seu contributo para o desenvolvimento da economia do interior». Na sessão estiveram presentes Catarina Marcelino, presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas, e Miguel Laranjeiro, dirigente nacional, que chamou a atenção dos presentes para «o muito trabalho que têm pela frente», tendo em vista a vitória nas autárquicas de 2013.

Moções aprovadas por unanimidade

No Congresso foram apresentadas seis moções sectoriais. Houve de tudo um pouco sobre os temas da atualidade, como reclamar uma reforma administrativa do poder local, repudiar a violência doméstica e o encerramento de tribunais, contestar o encerramento da Linha da Beira Baixa, a retirada do helicóptero do INEM de Aguiar da Beira e a extinção do Polo de Turismo da Serra da Estrela. Os primeiros signatários foram, respetivamente, José Luís Cabral, Olga Marques, Luís Reis, André Cunha, Rita Mendes e Carlos Filipe Camelo, tendo os documentos sido aprovados por unanimidade. Os delegados elegeram ainda os órgãos da Federação, tendo exercido o direito de voto um total de 126 militantes. A Comissão Política Distrital, liderada por Joaquim Valente, obteve 122 votos a favor, enquanto a Comissão Económica e Financeira, encabeçada por António Fortuna, obteve 120 votos e a Comissão Federativa de Jurisdição, presidida por Carlos Martins, 119.

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Comentários dos nossos leitores
Luis Antonio Cunha Condesso luiscondesso@hotmail.com
Comentário:
Penso que sim. Fonseca Ferreira deve um pedido de desculpas, quer aos militantes do PS quer aos militantes da JS, pelo seu grave lapso ou falta de conhecimento dos estatutos do PS.
 

«Fonseca Ferreira deve um pedido de
        desculpas»

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