Habitantes de Folgosa de Madalena, na freguesia de Santiago, concelho de Seia, estão contra a eventual instalação de uma fábrica de queijo na povoação, por temerem graves consequências ambientais. O presidente da Junta de Freguesia de Santiago, Rogério Ribeiro, refere ter sido feito «um pedido de autorização» à Câmara Municipal para a instalação de uma fábrica de queijo industrial, mas que «a população vai tentar a todo o custo» impedir que esta se concretize.
«A Junta de Freguesia já enviou um parecer negativo para a Câmara e na povoação correu um abaixo-assinado subscrito por toda a gente que também já foi entregue à autarquia», acrescentou, explicando que o projecto implica a instalação da unidade fabril «a menos de 250 metros de habitações, quando se sabe que outras existentes no concelho de Seia são uma fonte de poluição». Segundo o presidente da Junta, «as fábricas poluem as linhas de água, produzem maus cheiros, atraem mosquitos e até doenças, porque não há nenhuma que tenha ETAR’s a funcionar em condições». Na sua opinião, a nova fábrica que tencionam instalar na Folgosa da Madalena será «outro pólo de poluição, talvez ainda pior, porque na zona não existe nenhuma linha de água e a poluição irá para os terrenos». Rogério Ribeiro considera ainda que os ganhos que eventualmente a freguesia poderia ter em termos económicos, nomeadamente com a criação de novos postos trabalho, não compensariam os custos ambientais. «Se calhar – admitiu – até iriam trazer as pessoas de uma freguesia vizinha, onde já há duas fábricas de queijo, e não empregar as de cá», realça. O projecto continua pendente na Câmara de Seia, onde os serviços técnicos aguardam uma resposta da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) ao pedido de localização da fábrica de queijo para, caso esta seja positiva, tomar uma posição.
