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Foi você que pediu uma radiozinha?

Opinião – O que esperar de 2017

Julgo que não será difícil antever que são gigantes, os desafios que se colocam à Guarda neste ano novo que agora começa. Poderia citar e aprofundar temas como a contínua falta de investimento e de como é tão importante trazer postos de trabalho para passar da mediania e travar a sangria populacional.

Ou então, especular sobre se Álvaro Amaro troca a Guarda por Coimbra, se o PSD mantém a coligação com o CDS/PP na candidatura que venha a desenhar-se à Câmara da capital do distrito ou se vamos ou não perder o Centro Educativo do Mondego a favor de Vila de Conde. Mas, desta vez, a minha opção recai sobre uma questão que toda a gente conhece mas que ninguém ousa, vá-se lá saber porquê, abordar publicamente.

Não gosto e nunca gostei de assistir à defesa de uma classe profissional por mero corporativismo. A argumentação que me seduz está sempre de mãos dadas com a justiça das razões invocadas para mudar este ou aquele estado de coisas. E é encaixada neste último patamar que me parece oportuno perguntar até quando é que o padre fundador da Rádio F e do jornal “Terras da Beira” tenciona manter os profissionais dos dois órgãos de informação em situação de exploração angustiante? Parece-me inadmissível que, mês após mês, a instituição pague metade do salário ou o que lhe aprouver, porque quem trabalha merece receber o salário por inteiro. Porque é de lei, porque é expectável que assim seja e porque o Dr. Virgílio Mendes Ardérius não contratou nem meio jornalista nem meio animador de emissão, nem meio angariador de publicidade. Estes homens e mulheres têm família, compromissos ao final do mês e pelo menos gostavam de saber quanto recebem e quando. Dinheiro de sardinhas é que não! E já agora, na véspera do arranque de mais um congresso nacional de jornalistas, em que espero participar, também me apetece perguntar onde anda o sindicato da classe. Se tenciona vir à Guarda ver o que se passa, como de resto já ouvi sem que tal me fosse posteriormente confirmado, não faz mais do que a sua obrigação e, do meu ponto de vista, já vem tarde!

Madalena Ferreira

Jornalista, correspondente na Guarda da SIC e do “Jornal de Notícias”

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