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Fogos de Moreira de Rei e Covilhã causaram prejuízos de 6,5 milhões de euros

Valores constam do relatório final do “Inquérito aos Municípios sobre o Impacto dos Incêndios Florestais de Grande Dimensão”, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e publicado em abril deste ano

O fogo de Moreira de Rei (Trancoso) no verão passado causou mais de 3,6 milhões de prejuízos, enquanto o incêndio que lavrou na zona da Covilhã a 11 e 24 de agosto provocou cerca de 2,8 milhões de euros de danos. Os valores constam do relatório final do “Inquérito aos Municípios sobre o Impacto dos Incêndios Florestais de Grande Dimensão”, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e publicado em abril deste ano. Com 588 hectares destruídos pelas chamas, a situação vivida na freguesia de Aldeia Viçosa (Guarda) há pouco mais de um ano não foi analisada nesta investigação.

O documento, a que O INTERIOR teve acesso, avalia os impactos diretos dos maiores incêndios do último verão (Caramulo, Picões, Trancoso, Mondim de Basto e Covilhã) fornecendo estimativas do valor dos danos e das áreas afetadas, de acordo com a informação reportada pelos municípios. Estes elementos foram posteriormente validados com os contributos de organismos como o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), GNR e Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC). No final do ano, o INE disponibilizou informação provisória sobre a estimativa dos danos provocados pelos incêndios de grande dimensão, que foi atualizada com dados adicionais enviados pelos municípios, que se reportam a 28 de março de 2014, «com base em análises de coerência suportadas por indicadores técnicos facultados por diversas entidades», esclarece o Instituto. Já em abril foi conhecida a versão final, que foi enviada às autarquias afetadas.

De acordo com o relatório, o fogo que lavrou nas freguesias de Moreira de Rei, Souto Maior e Valdujo nos dias 11 e 12 de agosto do ano passado consumiram 1.241 hectares, dos quais 306 hectares de povoamentos florestais, 806 de matos e 129 de área agrícola. O INE concluiu que os prejuízos ascenderam a 3.650.882 euros, respeitantes sobretudo a danos em áreas agrícolas (1,8 milhões de euros) e património edificado (cerca de 1,2 milhões). Os danos em área florestal e nas infraestruturas públicas apurados foram, respetivamente, 622.680 e 2.062 euros. Assim, a perda de potencial florestal foi estimada em 622.680 euros, valor que inclui danos nas zonas de caça, enquanto a perda de potencial agrícola cifrou-se em 1.800.397 euros, resultantes dos prejuízos causados em 180 explorações e nos 129 hectares de área agrícola ardida. Em termos de imóveis foram afetados 73 edifícios, tendo ficado desalojadas duas pessoas.

Na Covilhã, as chamas consumiram 1.857 hectares nas freguesias do Peso, Vales do Rio e Coutada, tendo ainda atingido o concelho do Fundão em duas ocorrências diferentes a 11 e 24 de agosto. Na altura arderam 584 hectares de povoamentos florestais, 850 de matos e 423 de área agrícola, tendo resultado um total de 2.856.321 euros de prejuízos. Desses, 748.550 euros eram do domínio florestal, 1.175.754 agrícola, 81.000 de património edificado e 851.017 relativos a infraestruturas públicas. O levantamento do INE conclui que a perda de potencial florestal (incluindo zonas de caça) chegou aos 748.550 euros, enquanto a perda de potencial agrícola foi calculada em 1.175.754 euros como consequência dos danos causados em 175 explorações e nos 423 hectares de área agrícola ardida. Nesta zona, o INE apurou terem sido afetados três edifícios e registou 851.017 euros de danos em infraestruturas, equipamentos e património cultural. Da análise global destes dados, o relatório conclui que o impacto dos danos diretos para os cinco incêndios tenha atingido 34,2 milhões de euros (0,02 por cento do PIB). Em Trancoso e na Covilhã os principais danos registaram‐se ao nível da perda de potencial agrícola.

Luis Martins Nos concelhos de Trancoso e Covilhã os principais danos registaram‐se ao nível da perda de potencial agrícola

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