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Fogo consumiu centenas de hectares na Serra da Estrela

Bombeiros tiveram trabalho dificultado pelo vento e pelo terreno irregular na zona das Duas Pontes, no concelho de Gouveia

Um incêndio no maciço central da Serra da Estrela, dado como extinto na manhã da última sexta-feira, consumiu «uma área muito grande» de floresta e mato, adiantou o comandante dos bombeiros voluntários de Gouveia, que estima terem ardido «entre 500 a 600 hectares» num fogo cujas causas estão por apurar.

O alerta tinha sido dado na véspera, ao final da tarde, quando as chamas já lavravam na zona das Duas Pontes, naquele concelho, numa área do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) de plantação. O fogo só foi dado como dominado pelas 9 horas de sexta-feira, «ainda antes de ter começado a chover», referiu. Carlos Soares considerou que «qualquer coisa de anormal» terá estado na origem do incêndio: «Não houve trovoada, nem sol, pelo que é muito estranho que tenham surgido três fogos, sempre no maciço central, a distâncias de três a quatro quilómetros», considerou, dizendo que o local não é usado para pastagens. «Caberá às entidades competentes investigar as causas», acrescentou.

O combate às chamas revelou-se um «trabalho desgastante, uma vez que os homens tiveram que actuar com pás e outro material manual por os veículos não terem podido chegar ao local, uma vez que o fogo lavrava num terreno irregular a cerca de 10 quilómetros da Cabeça do Velho», informou Carlos Soares. Segundo o comandante gouveense, a área ardida terá afectado zonas protegidas do PNSE. Durante a noite estiveram no terreno 55 voluntários, apoiados por 15 viaturas, que foram rendidos de manhã por 34 elementos e mais uma dezena de elementos da Câmara de Gouveia. Recorde-se que desde o princípio do ano já arderam no distrito da Guarda 24.071 hectares, dos quais 5.021 no Parque Natural da Serra da Estrela, o equivalente a 5,6 por cento da sua área. O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) estima que as chamas tenham consumido 720 hectares de reserva biogenética desta área protegida.

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