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FMI

Fome. Miséria. Irresponsabilidade. Já temos o nosso FMI.

Fome e miséria, pelo corte no abono de família! Fome e miséria, pelo congelamento de pensões baixas que, por si só, já não garantem a sobrevivência!

Fome e miséria, pelo aumento desmesurado dos impostos: IVA, IRS, já para não falar das taxas que pagamos para tudo e para nada: audiovisuais, infraestruturas, taxa disto e daquilo. Fome e miséria, pelo apetite insaciável de um Estado que esgota os recursos das empresas e dos cidadãos!

Os portugueses foram traídos.

Numa época em que o endividamento é uma realidade, não apenas o público, mas também o privado, os recentes cortes nas prestações sociais ou nos vencimentos podem vir a pôr em causa o equilíbrio, já de si precário, da gestão dos orçamentos familiares.

Tais medidas podem significar o pagar ou não pagar a prestação da casa. Podem significar o pagar ou não pagar as propinas da universidade. Podem significar o comprar ou não comprar os medicamentos. Podem significar o ter ou não ter uma alimentação equilibrada. Significarão garantidamente o fim do bem-estar para muitos agregados familiares de muitos portugueses.

Porém, a Fome e a Miséria têm um denominador comum: a Irresponsabilidade.

Irresponsabilidade na gestão de muitas empresas públicas.

Irresponsabilidade na excepção ao corte de vencimentos para pessoal das empresas públicas.

Irresponsabilidade na manutenção da acumulação de reformas com vencimentos, na administração pública.

Irresponsabilidade na manutenção da acumulação de pensões fabulosas.

Irresponsabilidade pela não imposição de corte às pensões pelos mesmos critérios aplicados aos vencimentos.

Irresponsabilidade pela não suspensão de Parcerias Público Privadas.

Irresponsabilidade na aquisição de bens e serviços pelo Estado.

É esta Irresponsabilidade que tem sido o sorvedouro de muitos dos impostos com que somos sobrecarregados de uma forma esmagadora: empresas e cidadãos. E quando os impostos não chegam, vai-se ao banco. Aumenta-se o endividamento. Aumenta-se de tal forma que chegámos onde estamos neste momento. Por isso, o país está em crise e, em seu nome, pedem-se sacrifícios aos portugueses e o Governo “dispara” medidas que criam profundas desigualdades e injustiças.

Por isso, que venha o FMI. O outro!

Henrique Monteiro, Guarda

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