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Fiper continua à espera de soluções

Fábrica têxtil reabriu na passada segunda-feira e António Lopes reafirma não ter condições para renovar os contratos em Maio do próximo ano

A fábrica têxtil Fiper, no Teixoso, reabriu na última segunda-feira. Isto, depois de António Lopes, o proprietário, ter entregue as chaves nas Finanças da Covilhã, em jeito de protesto. «Nada mudou e continuarmos com gestão limitada, mas a fábrica abre após o período de férias. Se não o fizesse estaria a praticar “lock-out”», justificou o empresário. Porém, António Lopes reafirmou que, mantendo-se o cenário actual, não vai ter condições para renovar contratos a partir de Maio do próximo ano. «A minha esperança é que o Tribunal seja célere, caso contrário não renovarei os contratos dos trabalhadores da fábrica», garantiu. «Espero sinceramente que isso não aconteça, porque não é de ânimo leve que se complica a vida a 50 famílias», acrescentou. «Mas não podemos continuar sem dispôr de todas as prorrogativas de gestão da empresa, nem podemos com o nosso silêncio ser cúmplices da destruição das pequenas e médias empresas», concluiu.

No passado dia 6 de Agosto, António Lopes entregou simbolicamente as chaves da empresa na repartição de Finanças da Covilhã, em protesto contra penhoras por dívidas ao fisco de 36 mil euros. Esta foi a forma que o proprietário encontrou para denunciar o facto da fiação ser alvo de penhoras por dívidas ao fisco, mas ter, ao mesmo tempo, verbas bloqueadas e acesso vedado à banca devido ao atraso de decisões judiciais. A Fiper – Fiação de S. Pedro foi comprada num processo de insolvência no Tribunal da Covilhã, mas até hoje nunca houve trânsito em julgado da aquisição. António Lopes diz que tem mais a receber das Finanças que a pagar, mas que não tem acesso ao dinheiro por falta de uma decisão do Tribunal, que aguarda há dois anos e meio. A fábrica emprega 48 pessoas e foi reabilitada com capitais próprios do empresário. Entretanto, o gabinete do ministro das Finanças já veio defender a actuação do serviço de Finanças da Covilhã. «O serviço não praticou qualquer ilegalidade no processo. Pelo contrário, praticou todos os actos a que legalmente está obrigado para defender o interesse público e dar efectividade ao princípio da igualdade entre contribuintes», refere um documento do gabinete, citado pela agência Lusa.

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