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Festival Y na recta final

A “Companhia de Jordi Bertran” e “O Bando” correm o pano do Teatro-Cine da Covilhã

A “Companhia de Jordi Bertran” e “O Bando” são os dois “pesos-pesados” que a “Quarta Parede” – Associação de Artes Performativas da Covilhã escolheu para encerrar a primeira edição do Festival Y, cujo pano cairá na próxima quinta-feira em Castelo Branco.

Depois de Diogo Infante e Marco D’Almeida terem cancelado o espectáculo “Hamlets”, a “Quarta Parede” optou por trazer à “cidade neve” aquele que muitos consideram o “mestre” do teatro das marionetas. O catalão Jordi Bertan apresenta-se amanhã no palco do Teatro-Cine com “Antologia”, um espectáculo dividido em sete episódios músico-plástico-teatrais para marionetas. Este foi, aliás, o primeiro espectáculo que produziu e que o lançou para todo o mundo como um dos melhores artistas nesta arte. Em cada uma das sete cenas que compõem “Antologia”, o público pode apreciar a personificação de figuras representativas da história universal, como Salvador Dali ou Louis Armstrong, ou inspiradas no mundo do circo e do teatro, como um violoncelista ou um alquimista que faz bolhas. O movimento, o detalhe insinuante e o gesto orgânico produzem um magnetismo hipnótico neste espectáculo, onde Jordi Bertran dá vida a cada uma das personagens “à vista” da plateia.

No entanto, caberá ao grupo de teatro “O Bando” o encerramento do certame com “Gente Feliz com Lágrimas”. Os actores Nelson Monforte e Sara de Castro dão vida a Nuno e Marta numa peça a ser representada na terça-feira no Teatro-Cine da Covilhã e na quinta no Cine Teatro Avenida, em Castelo Branco. “Quando o amor já não existe…o desejo sexual pode prevalecer? Pode a sedução criar a felicidade a dois ou é inevitável a separação? Em que hora se pode partilhar a juventude e a velhice? Nuno e Marta encontram-se para se perderem no ciclo implacável da vida. E Se…voltássemos atrás? Num relógio marcam-se as horas contrárias. Num espelho reflecte-se a memória passada. Num ninho acolhem-se os recém nascidos. O indivíduo é ele próprio mais outros – vozes múltiplas dentro de um único rosto”. João Brites partiu destas metáforas dramatúrgicas para adaptar ao teatro o romance do açoriano João de Melo, vencedor do Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (APE) em 1989. Num trabalho de corpo e voz «notável», de acordo com a imprensa nacional, os dois actores encarnam personagens diferentes, alternando a posição de narradores e protagonistas.

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