Menos um dia, mais concertos, duas bandas espanholas e uma forte componente ecológica – em resposta às sugestões do ano passado – são as novidades do Festival Serra da Estrela 2008. O evento realiza-se em Valhelhas a 17, 18 e 19 de Julho e é organizado pela Associação Orgânica, formada por jovens daquela aldeia do concelho da Guarda, que espera ultrapassar os cinco mil festivaleiros do ano transacto com bandas que ainda não passaram pelo palco do Zêzere.
Um orçamento de 180 mil euros e menos dias resultam «num cartaz mais forte e com maior qualidade», garante o produtor António Salgueiro. Da parte da organização, Nuno Abrantes salienta os espaços multimédia e ambiental, no qual serão distribuídos kits ecológicos aos campistas, construídos ecopontos que ficarão na aldeia depois do festival. Estão também previstos “workshops” sobre erbalismo e vida sustentável, enquanto os sanitários e chuveiros serão ecológicos. Esta edição abre com a primeira banda espanhola, os 6pm. Um som que, em inglês, mistura a música indie com a electrónica e a pop. Aos galegos seguem-se os Philharmonic Weed, que trazem na bagagem “Primeiro Mundo”, o seu disco de estreia. No mesmo dia actuam os Coldfinger, de Margarida Pinto e Miguel Cardona, já com cinco álbuns e muitas outras participações musicais no currículo. Depois é tempo de Buraka Som Sistema. Espera-se um grande espectáculo de breakbeat e clube, em jeito de passagem para os DJ set’s de Pedro Ricciardi e Pink Boy, que fecham a noite de quinta-feira.
Na sexta-feira, os Linda Martini são os primeiros a actuar, aguardando-se as novidades de “Marsupial”, editado este ano. É também o dia de Dapunksportif e The Vicious Five, com “Sounds like trouble” ainda fresco. A noite mais acelerada do festival termina com a segunda banda espanhola do cartaz. “The Right Ons” vêm de Madrid e prometem soul, funk e muito rock. Depois, é a vez das DJ’s Ana Feel e Yen Sung animarem a praia fluvial do Zêzere. O último dia do Serra da Estrela promete levantar muito pó. Dentro da música experimental e do fazz, Fado Morse e Tora Tora Big Band são os dois primeiros grupos a subir ao palco principal. A primeira banda é puro “Folklore Hardcore”, de Dionízio Faízca, Konstantino Meio Litro, Dasilvassauro, Toninho Arreboutas, Hamilcar Travolta, Xico Balsas e Queçi Manbo. Segue-se a “big band” formada por 12 músicos, que prometem jazz, afro, latina, trance, drum’n bass e tudo o que seja «música para dançar».
O pano corre ao ritmo do reggae, que tem marcado presença em todas as edições. Prince Wadada (angolano de origem) marcou esta região no mapa dos seus concertos em Portugal e os Kussondulola quase que dispensam apresentações: a origem também é angolana, são dos pioneiros no reggae em Portugal e, em 1995, assinaram versos como “Senhor comandante, ela é perigosa”. Em grande, DJ Sciencia e Dezperados fecham o cartaz. Os bilhetes gerais custam 35 euros (30 euros se adquiridos antecipadamente) e os diários 15 euros.
Igor de Sousa Costa
