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Festival de Teatro da Covilhã arranca domingo

Mostra decorre até 26 de Novembro, com mais de duas dezenas de espectáculos

Gigantones, cabeçudos, bombos e gaitas vão desfilar pelas ruas da Covilhã no domingo à tarde para assinalar o início do 25º Festival de Teatro da Covilhã, organizado pelo Teatro das Beiras. A função dos GigaBombos do Imaginário será «divulgar junto do público em geral» o evento que vai decorrer até dia 26.

Apesar de um orçamento «limitativo» de 60 mil euros, a companhia profissional da Covilhã apresenta na sua sala-estúdio, na Travessa da Trapa, mais de duas dezenas de espectáculos para todos os gostos e idades. Um programa «diversificado em espectáculos e companhias», refere Fernando Sena, director do grupo, ao salientar a variedade de propostas para o público em geral, mas também para os jovens e crianças dos ensinos básico e secundário. «Há uma programação equilibrada», acrescenta, aludindo ainda à flexibilidade de horários (manhã, tarde e noite) para que todos possam assistir às peças previstas. Caberá ao grupo anfitrião inaugurar o festival com a sua mais recente produção no primeiro dia. “Quadros do Interior”, encenado por José Carretas a partir das obras “Peregrinação Interior” e “Pesca à Linha”, de António Alçada Baptista, está em cena domingo à noite na sala-estúdio do Teatro das Beiras. A peça, que estreou no mês passado, é contada na primeira pessoa e pretende revisitar os anos de infância e juventude de Alçada Baptista na Covilhã e Santo Tirso, apresentando igualmente uma ironia mordaz em relação à sociedade, à religião e às ideologias daquele tempo. A interpretação é de Eva Fernandes, Flávio Hamilton, Marco Telmo, Sofia Bernardo, Sofia Valadas e Pedro Fiúza

Seguem-se os Artistas Unidos com “Music Hall”, de Jean-Luc Lagarce. A peça, encenada por François Berreur e interpretada por Américo Silva, António Simão e Pedro Carraca, sobe ao palco na terça-feira retratando a vida de uma cantora de variedades, desde o “glamour” dos cabarés aos arraiais de aldeia. Trata-se de uma abordagem à precaridade do mundo do espectáculo. Na quarta-feira, o Teatro das Beiras volta a estar em cena, mas com “O Procurador de Amigos”, de Isabel Bilou. Esta peça destina-se aos mais jovens, partindo do encontro entre um adulto e uma criança durante as buscas de um jovem perdido algures numa montanha. Luís Santiago, Sofia Bernardo e Sofia Valadas são os intérpretes. Mas há mais para ver até 26 de Novembro, como os espectáculos do Trigo Limpo-Teatro Acert, Baal 17, Pépou Belle, Entretanto Teatro, Teatro de Portalegre, Cendrev- Centro Dramático de Évora, Teatro do Imaginário, Jangada Teatro, Peripécia Teatro, Vaatão e Teatro Art’Imagem. A música é outra proposta da iniciativa. Primeiro, através dos sons lusófonos dos “Lumdom”, que actuam dia 19, e depois com o grupo italiano “Anonima Nuvolari”, a quem cabe encerrar o festival com um reportório dos últimos 50 anos da canção italiana. Paralelamente, está patente a exposição “Humor em Sustenido”, de Zé d’Almeida.

Liliana Correia

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