Acontece no domingo a XXIIIª edição da Feira do Jarmelo. A iniciativa, que já é uma tradição anual no início de Junho, vai juntar produtores de vacas e cabras jarmelistas no monte de São Pedro do Jarmelo, a uma dezena de quilómetros da Guarda.
O dia é de negócios, mas também de animação. Este ano o evento tem mais uma aliciante, pois a vaca jarmelista, uma raça em vias de extinção na zona do Jarmelo, foi considerada de interesse municipal na última Assembleia Municipal da Guarda. Esta deliberação por unanimidade é um precioso contributo para o processo de certificação destes bovinos como raça autóctone, um objectivo perseguido à décadas pela Junta de Freguesia local. No ano passado foi divulgado o primeiro estudo morfológico da espécie, elaborado pela Direcção-Geral de Veterinária (DGV), que atesta as características únicas da espécie. Actualmente, o universo jarmelista reduz-se a 63 fêmeas e dois machos, pelo que é necessário preservá-lo, sendo que a próxima década será vital para se avançar, ou não, para a certificação da raça. Um tufo de franja sobre a fronte e a cor acastanhada, mas também cornos enormes, são os principais elementos identificativos da jarmelista. Um animal que só existe na zona da antiga vila do Jarmelo, mas que tem muitas semelhanças com a mirandesa. Mas para que seja considerada uma sub-raça desta é necessário inscrevê-la no livro genealógico da sua irmã transmontana, sendo requerida uma quantidade significativa de exemplares que justifique a sua certificação. O que é, neste caso, o principal “handicap” da vaca do Jarmelo.
