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Feira de S. Bartolomeu a caminho dos 140 mil visitantes

Certame com 250 agentes económicos decorre até domingo em Trancoso

Até ao início desta semana já tinham passado pela Feira de S. Bartolomeu, em Trancoso, cerca de 30 mil pessoas. Um número que vai aumentar com os concertos que Mickael Carreira e Quim Barreiros deram na terça-feira e ontem, respectivamente, e com os vários espectáculos programados até domingo. No primeiro dia do evento, António Oliveira, presidente da Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENEBEIRA), esperava ultrapassar os 140 mil visitantes. O dirigente associativo antevê já algumas novidades para a próxima edição.

A empresa municipal Trancoso Eventos – co-organizadora da Feira de S. Bartolomeu, destaca a «cor, alegria, dinamismo económico e convívio» que se têm vivido na cidade, nos últimos dias. Em 32 mil metros quadrados estão expostos automóveis novos e usados, maquinaria agrícola e industrial, artesanato e, no Pavilhão Multiusos, várias actividades económicas – incluindo um stand do jornal O INTERIOR. Há ainda diversos espaços de bazar, desportos radicais, restaurantes, tasquinhas típicas e muitas outras diversões. Um total de cerca de 250 agentes económicos – um «ligeiro acréscimo» relativamente a edições anteriores – que deixa António Oliveira com expectativas «francamente positivas». Ainda assim, este responsável admite que a crise económica também se repercute na Feira de S. Bartolomeu: «Normalmente tínhamos mais do dobro da procura relativamente à oferta de stands e este ano foi “à tangente”», revela.

Além da crise global, as dificuldades acentuam-se devido ao comportamento de outras organizações similares. «Há quem ande quase nas “palminhas das mãos”. Há locais onde os expositores recebem subsídios de alojamento, de alimentação e não pagam taxas nenhumas. A nós, os expositores pagam-nos. É que cada stand daqueles custa-nos 250 euros, e nós vendemo-los a 40 mais IVA», explica António Oliveira. No que diz respeito aos espectáculos, “Quem é o Bob” promete um tributo ao “rei do reggae”. Amanhã os Anjos apresentam um concerto que deverá viajar pelos quatro discos editados, sem esquecer alguns recentes êxitos televisivos. Jorge Palma sobe ao palco no sábado à noite, levando a Trancoso a genialidade da sua banda e a irreverência que o caracterizam em palco. A partir do início da tarde de domingo, a feira de S. Bartolomeu mostra aquilo que, no plano musical, a tradição tem de melhor. No XIX Festival de Folclore, o anfitrião Rancho Folclórico e Etnográfico de Trancoso recebe grupos de S. Paulo (Brasil), Vitigudino (Salamanca, Espanha), Cova do Ouro e Senhora da Rocha (Coimbra), Castelo de Vide e Salão (Faial, Açores).

A Casa de Portugal em S. Paulo vai apresentar ainda uma tarde de samba, a que se seguirá a actuação do grupo de música popular Pedrinhas da Calçada. A noite fecha com os Prós e Contras, banda de “covers” da Guarda. O responsável pela AENEBERIA acredita que, para além do programa, também a parceria organizativa com a Trancoso Eventos «pode ter um efeito positivo». O orçamento de 290 mil euros, igualmente dividido entre as duas partes, até é mais magro que os anteriores, uma vez que a produtora de Tony Carreira é responsável pelo espectáculo do artista e do filho, Mickael Carreira.

Futuro da Feira passa pela requalificação do espaço

António Oliveira é comedido no que diz respeito ao futuro da Feira de S. Bartolomeu: «É muito cedo para sabermos qual vai ser o formato», refere. Todavia, o presidente da AENEBEIRA adiante que «a questão essencial é o arranjo e a requalificação do espaço». Nos próximos meses deverão avançar as obras num campo que «tem hoje um aspecto degradado», admite. Uma intervenção que, para além de obedecer à legislação aprovada em Maio deste ano sobre a organização e funcionamento de feiras e mercados regulares, terá de ter em conta «a realização da feira de S. Bartolomeu, dos mercados semanais e servir de estacionamento», acrescenta. Quanto a esta bolsa de estacionamento, deverá ainda servir não só para aquelas actividades comerciais, mas também de apoio ao centro histórico, permitindo aliviar a zona nobre da cidade da ocupação e circulação automóvel. «Com esta empreitada, já não se vai andar no meio da poeira e da gravilha», remata António Oliveira.

Igor de Sousa Costa

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