A criação de um observatório transfronteiriço de fogos florestais será o próximo passo da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda (FBDG). A iniciativa resulta de uma parceria entre o distrito e a região de Castilla y León (Espanha) para a troca de conhecimentos relativamente ao combate a incêndios.
O anúncio foi feito por ocasião do Iº Seminário Internacional de Fogos Florestais, que decorreu no passado sábado, na Guarda, e que juntou mais de três centenas de bombeiros, sapadores florestais, elementos da protecção civil e da Guarda Nacional Republicana. O presidente da federação espera que este projecto, contemplado no protocolo celebrado entre a FBDG e o Instituto Politécnico da Guarda (IPG), sirva para «estudar as causas de ignição dos incêndios, os seus efeitos e consequências». Madeira Grilo disse ainda contar com este observatório transfronteiriço, que deverá estar pronto até ao final do ano, para que as entidades responsáveis possam «projectar mecanismos de detecção precoce dos fogos florestais, de forma a puderem ser combatidos logo à nascença». A liderar esta iniciativa estão o IPG e a FBDG, além da colaboração das Universidades de Coimbra, Beira Interior (Covilhã) e Salamanca (Espanha). O Centro Distrital de Operações e Socorro da Guarda (CDOS), os bombeiros de Ciudad Rodrigo (Espanha) e a Deputación de Salamanca são outras das entidades envolvidas.
A criação de um curso superior na área da Protecção Civil, Planeamento e Emergência foi outra das propostas contempladas no acordo celebrado com o IPG. Na sua intervenção, Jorge Mendes, presidente do Politécnico da Guarda, garantiu que a candidatura do novo curso será enviada às entidades competentes até Julho para uma possível aprovação. «Esta é uma área de formação carente e penso que o IPG poderá ser importante nesse sentido», sublinhou. O objectivo deste acordo consiste em proporcionar e incentivar junto dos bombeiros a frequência do IPG, particularmente naquele curso. Nesse sentido, haverá um estatuto especial para o bombeiro-estudante, sendo que o pagamento de propinas será feito «em condições mais favoráveis», revelou Jorge Mendes. Presente no encerramento da jornada, o secretário de Estado da Administração Interna anunciou que «uma das metas para 2012 é ter menos de 100 mil hectares de área ardida». Para isso, Ascenso Simões considera estes eventos «essenciais para a troca de conhecimentos entre os dois países», acrescentando que o alargamento da fronteira no combate às chamas é uma das propostas em estudo para uma resposta mais rápida.
Tânia Santos
