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Fecho do Hotel Turismo pode ser adiado

Câmara ainda não respondeu à contra-proposta dos trabalhadores relativamente ao valor das indemnizações

Ao contrário do inicialmente previsto, o Hotel Turismo da Guarda poderá não encerrar portas no dia 30 deste mês, data que era apontada para o final do vínculo laboral dos 22 funcionários à empresa municipal. Esta possibilidade é avançada a O INTERIOR pelo presidente da direcção regional do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, que garante que o município da Guarda ainda não deu qualquer resposta à contra-proposta dos trabalhadores em relação ao valor da indemnização.

Estas deverão ter sido duas questões que António Baião tentou esclarecer junto da autarquia ontem, quarta-feira, já depois do fecho desta edição. O dirigente sindical explica que inicialmente a Câmara enviou cartas aos funcionários onde apontava o último dia deste mês como a data da «finalização da sua ligação à empresa». Contudo, posteriormente, o município solicitou que os trabalhadores assinassem «outro documento em que aceitam que se possam prolongar os dias de trabalho depois de 30 de Outubro, uma vez que estava a haver dificuldade para fazer a escritura da compra e venda do hotel», indica. Apesar de ainda não ser uma garantia, esta é «uma possibilidade em cima da mesa» devido às contingências processuais do negócio. «Na última reunião em que falámos nesta questão das datas fiquei logo com essa ideia de que a unidade ficaria aberta depois de 30 de Outubro porque o processo inclui a aquisição da sociedade Hotel Turismo pela própria Câmara», relembra.

Recorde-se que a última Assembleia Municipal já aprovou a dissolução da sociedade. Assim, «todo o património, seja o imóvel, seja os créditos aos trabalhadores», bem como as dívidas aos credores, vão ser adquiridos pela Câmara, sob a condição da edilidade assegurar o seu pagamento. Para o presidente do sindicato, os interesses dos funcionários do Turismo ficaram agora «ainda mais salvaguardados, porque sendo a autarquia a assegurar essa questão mais facilmente ficam com a garantia de pagamento desses créditos e só depois desse processo é que a Câmara faz a venda». António Baião considera que «é diferente» ser a Câmara a vender o imóvel ao Turismo de Portugal em vez da «sociedade que estava criada para a gestão do hotel». Neste sentido, «só quando a autarquia tiver em sua posse todos os dados e documentos a dizer que os credores aceitam que os pagamentos passem para a Câmara é que há uma primeira passagem do património para a Câmara com a extinção da empresa. Só depois é que pode vender ao Turismo de Portugal», esclarece.

Em relação ao valor da indemnização, recorde-se que a autarquia quer pagar apenas um mês de salário por cada ano de trabalho, valor definido por lei, enquanto os trabalhadores pretendem mês e meio. O sindicalista lamenta que ainda não tenha havido uma resposta à contra-proposta, sendo a «única questão que, neste momento, está pendente», uma vez que «os créditos de cada um, a questão dos feriados e a antiguidade já está tudo esclarecido». De resto, «mesmo sabendo nós que muito dificilmente a Câmara irá mudar de posição, julgamos que será de bom tom que haja uma resposta à contra-proposta apresentada», espera.

Ricardo Cordeiro Unidade poderá continuar aberta depois do dia 30 deste mês

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