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Família de Diana continua em dificuldades

Obras para a construção da nova casa da primeira bebé nascida em 2011 no distrito estão paradas desde outubro e não há solução à vista

Continua por resolver a situação da família de Diana Espinha, primeira bebé nascida no distrito da Guarda em 2011. Residente em Escarigo, Figueira de Castelo Rodrigo, a família ainda espera que a casa, que lhes foi prometida, esteja terminada, continuando a viver em condições precárias e sem saber o futuro.

Os pais de Diana, João e Susana Espinha, disseram a O INTERIOR que a maior necessidade neste momento era «uma casa para viver». Apesar de terem sido ajudados, aquando do nascimento da filha, e de estarem agradecidos por isso, o casal vê-se agora numa situação praticamente igual à que tinha antes de ser notícia no distrito e no país. A iniciativa, que na altura despertou um movimento de apoios, tinha como principal objetivo a construção de uma nova casa no local onde estavam anteriormente, visto que o sítio onde estão atualmente não tem condições.

Depois do “bruto” estar feito, os trabalhadores foram embora e «desde outubro que não aparece ninguém e a casa está inabitável», afirma João Espinha, visivelmente agastado pelo impasse. «Ninguém me contatou e não sei de nada. As bases da casa estão construídas e só faltam os acabamentos». As quatro entidades ligadas à iniciativa: Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo (responsável por elaborar o projeto e fornecer materiais no valor de cinco mil euros), Cruz Vermelha e Cáritas Diocesana da Guarda (entidades onde foi colocado o dinheiro para o projeto do Governo Civil) e o Governo Civil da Guarda que foi extinto e facultou o dinheiro e o projeto às outras entidades.

O ex-governador civil Santinho Pacheco que ajudou a família com «uma cama, fraldas, roupa, molduras» quando estava no cargo, diz «nunca ter esquecido a família» mas as coisas complicaram-se quando o cargo foi extinto. Santinho Pacheco fala do timing em que as coisas aconteceram, pois «com mais 15 dias no cargo, as coisas tinham sido resolvidas». O processo de construção da nova casa para a família Espinha parou e o ex-governador civil explicou a O INTERIOR que «não sabia que a situação estava neste estado», existindo «um protocolo entre as quatro entidades que foi assinado e tem de ser cumprido». O dinheiro referente ao Governo Civil foi «escoado para a Cruz Vermelha e Cáritas» e os materiais de acabamento viriam das obras do Hospital da Guarda.

Já Maria do Carmo Borges, presidente da Cruz Vermelha da Guarda, que sucedeu no cargo a Herculano Martins que foi quem assinou o protocolo, diz «ter recebido toda a informação e documentação referente ao caso da Diana, mas com a extinção da posição de Governador Civil e o afastamento de algumas entidades que se comprometeram a ajudar está difícil concretizar a obra, apesar de só faltarem os materiais para os acabamentos da casa», mas mesmo assim promete «lutar até o projeto estar terminado».

Por seu turno, Sandra Pereira, vereadora da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo diz que «foi seguido à risca o que estava no protocolo pela Câmara e o dinheiro que estava destinado à casa (cinco mil euros em material) foi esgotado, podendo o município apenas ajudar com a fiscalização». É uma situação que a «preocupa, visto ter falado com a mãe da menina há pouco tempo e a mesma lhe ter confirmado que o processo estava parado». Afirma que «não sabe o porquê das obras estarem paradas, podendo ser por falta de pagamento ou outra coisa qualquer, visto o empreiteiro estar disponível para continuar a obra». João Espinha agradece tudo o que já fizeram pela família mas a única coisa que sabe é que «o empreiteiro contratado está à espera de respostas e que havia falta de organização na obra, onde ninguém se entendia, depois foram embora e não soube mais nada».

A família, os amigos e os vizinhos têm sido uma grande ajuda, mas não chega quando numa casa vivem cinco pessoas, três delas menores de idade, que muitas vezes têm de dormir na casa da tia, pois as condições da atual habitação não são as melhores para albergar adultos e muito menos crianças. A família irá «continuar em Escarigo, pois não temos outra opção». O casal reitera assim a necessidade urgente de terem uma casa, «o resto compomos nós» indica Susana Espinha. Diana, sem noção do que se passa, vai sorrindo, sendo o orgulho da família que quer ver a situação resolvida o mais rapidamente possível.

JC

O casal vê-se agora numa situação praticamente igual à que tinha antes

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