A primeira edição da Feira da Solidariedade promovida pela ASTA – Associação Sócio-Terapêutica de Almeida, no último fim-de-semana em Cabreira do Côa, correu da melhor forma, tendo atraído inúmeros visitantes e compradores. As verbas angariadas no certame serão um «empurrão» para a construção de um campo de jogos e de uma piscina terapêutica, equipamentos importantíssimos para o desenvolvimento motor destes jovens com cuidados especiais. Entretanto, a Liga dos Amigos da ASTA continua a crescer.
Os muitos visitantes puderam apreciar e adquirir peças de olaria, tecelagem e carpintaria, t-shirts personalizadas ou pintadas pelos jovens da associação, roupas em segunda mão, ervas aromáticas e chás, livros e CD’s, bem como louças, material informático e objectos diversos. Outros stands muito procurados foram os da gastronomia, com refeições confeccionadas com produtos biológicos, e ainda a padaria com pão e biscoitos feitos no forno da associação. Nas instalações da instituição esteve patente uma exposição com obras de arte, oferecidas por vários artistas «conceituados», nacionais e estrangeiros, que puderam ser adquiridas pelos visitantes. Durante os dois dias do certame não faltou a música e animação infantil com passeios de burro, pinturas faciais e espectáculos de fantoches, que fizeram as delícias dos mais novos. A poucas horas do final do certame, Maria José Dinis da Fonseca confessava estar «muito contente», já que assistiu a «momentos de magia» na feira. A presidente da ASTA indica que o certame teve um «início fantástico» no sábado, com a Estudantina Universitária de Lisboa, que «contagiou toda a gente» e esteve a cantar até às quatro da manhã.
Também as crianças, especialmente no domingo, «acorreram muito a tudo o que é infantil, à animação, às pinturas faciais, aos burros lindos, aos fantoches», realça. Para o futuro, o objectivo é que esta seja «a primeira de muitas Feiras de Solidariedade», deseja. O evento serviu ainda para promover a «valorização dos trabalhos feitos pelos jovens e dos seus potenciais e capacidades criativas», mas também proporcionar «hábitos diferentes» às pessoas. Nomeadamente, os que estão relacionados com a gastronomia, alertando para os benefícios dos alimentos biológicos. Por outro lado, a feira serviu para dar oportunidade a «muitas empresas e pessoas que quiseram solidariamente dar coisas à ASTA para que possam ser adquiridas por outras pessoas, ajudando assim a associação», explica. De resto, uma das finalidades, «importantíssima», que levou à organização da iniciativa foi naturalmente a angariação de fundos. Assim, num futuro próximo e com a verba reunida no último fim-de-semana, a ASTA pretende pagar a «pequena importância» que ainda falta liquidar das suas instalações definitivas, inauguradas em Outubro passado, mas também avançar com a construção de um campo de jogos e de uma piscina terapêutica.
«O primeiro equipamento é importante para que os jovens possam despoletar as suas energias jogando, brincando e saltando, enquanto o segundo será fundamental para os nossos utentes com maiores dificuldades a nível motor», explica. Neste sentido, as verbas angariadas são um «empurrão» para o concretizar estes dois novos projectos. Mas como a família da ASTA é cada vez maior e ultrapassa fronteiras, existem mais interessados em ajudar a instituição que muito tem feito por dezenas de jovens que carecem de cuidados especiais. Por exemplo, um grupo de emigrantes da zona da Alsácia (França), está a promover uma campanha de solidariedade para ajudar na construção do campo de jogos. Entretanto, a Liga dos Amigos da ASTA continua a crescer, contando nesta altura com cerca de 300 membros que já aderiram à campanha “Ser amigo da ASTA”, desencadeada também em Outubro. «É rara a semana em que não aparece mais um novo amigo, pessoas de todo o país e também de fora, como da Bélgica, França e Suíça, por exemplo», revela.
Ricardo Cordeiro
