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Faltam médicos e instalações adequadas no distrito da Guarda

Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos visitou os serviços de saúde na semana passada e vai elaborar relatório do que viu

A falta de recursos humanos e de instalações adequadas são alguns dos problemas que afetam os serviços de saúde no distrito da Guarda. A conclusão é do presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), que efetuou uma visita de dois dias ao distrito.

Em conferência de imprensa realizada na passada quinta-feira, no final desse périplo, Carlos Cortes disse ter encontrado três áreas problemáticas – recursos humanos, formação e instalações – e que a «mais grave» é a falta de profissionais. «O distrito, a Unidade Local de Saúde (ULS), sente esse problema na pele. Detetámos por várias vezes a falta de médicos em muitos serviços que visitámos do hospital e em vários centros de saúde e essas dificuldades têm um impacto direto sobre a qualidade da prestação dos cuidados de saúde», declarou o responsável. O presidente da SRCOM deu o exemplo dos centros de saúde de Pinhel e de Figueira de Castelo Rodrigo, que abrangem 9.000 e 6.000 utentes, respetivamente, mas onde trabalham «dois ou três médicos de família», um número «nitidamente insuficiente».

Carlos Cortes considerou ainda que as medidas de captação de novos médicos para o interior, lançadas pelo Ministério da Saúde, não resolvem a falta de especialistas nestas regiões. «De que serve abrirem vagas no interior quando, ao mesmo tempo, se abrem as mesmas vagas em hospitais do litoral?», questionou, sublinhando que cabe ao Ministério da Saúde «desenvolver os esforços e os mecanismos» para colocar os médicos em zonas como o distrito da Guarda. «Aquilo que constatei nestas visitas é que as medidas que foram tomadas pelo Ministério da Saúde são um absoluto fracasso e põem em perigo as populações da região», criticou o presidente da SRCOM. Em termos de instalações, o dirigente constatou que o novo bloco do hospital Sousa Martins, na Guarda, «está completamente separado de outras áreas médicas muito importantes». Com os elementos recolhidos nestas visitas, a Ordem dos Médicos vai elaborar um «relatório exaustivo» para entregar aos responsáveis da ULS, à Administração Regional de Saúde do Centro e ao Ministério da Saúde.

O novo bloco do hospital Sousa Martins «está completamente separado de outras áreas médicas muito importantes», afirma Carlos Cortes

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