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Falta de vigilância e vandalismo desesperam vizinhos do Jardim dos Delírios

Os atos de vandalismo têm vindo a danificar o jardim da Guarda, mas também os equipamentos das casas vizinhas. Os moradores não se sentem seguros e reclamam uma solução urgente para o problema.

Espaços grafitados, garrafas de vidro partidas, equipamentos destruídos e casas vizinhas com telhas e persianas danificadas. Há muito que a destruição é a imagem de marca do Jardim dos Delírios, na Guarda, que é frequentemente ocupado por indivíduos, ainda desconhecidos, que vandalizam o espaço e atiram pedras para tudo o que está ao seu alcance.

Aproveitando a escuridão do jardim, proporcionada pela danificação reiterada das lâmpadas dos postes de iluminação, os indivíduos conseguem o anonimato para perturbar a noite de vários moradores, sobretudo de quem reside na Rua António Sérgio, imediatamente abaixo. «Isto acontece há mais de um ano, mas chamei a polícia pela primeira vez em setembro. Atiraram pedras durante a noite e partiram várias persianas», disse Rosa Pereira a O INTERIOR, apontando para mais de uma dezena de paralelos de dimensão considerável. «Mesmo assim não eram tantos como agora», acrescenta a moradora. A sua casa tem sido alvo regular de pedras, que vão ficando no telhado e chegam a atravessar dezenas de metros de distância, pelo que «têm de ser pessoas já com uma força assinalável», estima.

Uma das janelas da habitação apresenta igualmente indícios de uma tentativa de assalto, sendo que os intrusos já saltaram para o seu jardim. Rosa Pereira diz ter chamado a PSP várias vezes, a última das quais em janeiro, mas não o voltará a fazer: «Não vale a pena porque é contra desconhecidos e só perco dinheiro com o advogado», lamenta. O que mais lhe custa é ver o resultado de tantas horas de trabalho «ser destruído desta forma», confessa. Já outro morador, que pediu para não ser identificado por medo de represálias, diz que o problema arrasta-se há mais tempo: «O espaço tinha todas as condições, só que as casas de banho e as papeleiras foram logo destruídas e a partir daí foi a degradação total», recorda. «Os equipamentos são utilizados de forma inadequada por jovens adultos que têm apenas o prazer de destruir», critica.

Este residente fez uma exposição do caso à Câmara, que terá prometido intensificar a vigilância da PSP, mas queixa-se que «não vê agentes no local com regularidade». O vizinho do Jardim dos Delírios, inaugurado por Maria do Carmo Borges, deixa também críticas ao planeamento do espaço, considerando que «talvez os materiais não sejam os mais convenientes, o que conduz à sua degradação contínua». Segundo este morador, os danos são incontáveis e chegam mesmo aos vizinhos do outro lado da rua, tal a força com que são atiradas as pedras. «É preciso reformular este espaço e recuperar os equipamentos, mas também aumentar a vigilância e até vedá-lo», sugere, salientando que «há outros equipamentos da cidade que são fechados a certas horas».

Na sua opinião, o local ainda pode ser um «espaço agradável no futuro», até porque vai sendo ocupado por crianças durante o dia, embora estejam privadas de alguns equipamentos devido à sua degradação. No entanto, com a chegada do verão adivinham-se muitas noites sem dormir para os vizinhos do jardim, que é hoje um cenário sem vida. O INTERIOR confrontou a Câmara da Guarda com estas queixas, mas não obteve resposta até à hora do fecho desta edição.

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Sara Quelhas O estado do Jardim dos Delírios e das estruturas vizinhas é desolador

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