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Falta de capital trava GuardaLink

Transportadoras da região tardam em assumir investimento necessário para fazer avançar grande empresa de camionagem na região

A GuardaLink, uma grande transportadora de mercadorias pensada para ombrear com as maiores firmas nacionais e internacionais do sector, tarda em avançar no terreno. A sociedade anónima foi formalmente constituída em maio de 2010 por mais de 20 empresas do distrito e de zonas limítrofes mas desde essa data poucos avanços houve por parte dos interessados, para desagrado do NERGA, entidade que esteve na génese do projeto.

O presidente da Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA) considera que se trata de um «projeto fabuloso, que está bem feito, bem estruturado e que seria uma mais-valia para todos, como foi provado nas centenas de horas que houve de trabalho conjunto». Pedro Tavares assegura que o NERGA fez «tudo o que estava ao seu alcance para que o projeto fosse para a frente» e diz não entender «muito bem este arrastar no tempo» de uma decisão da formação da empresa». Nesse sentido, revela que neste momento falta apenas que os interessados em entrar no projeto, os operadores logísticos, avancem com a entrada do capital. Enquanto isso não acontece, o GuardaLink está parado, porque «não pode ser a associação empresarial a formar a empresa e a meter o dinheiro por eles», refere. O dirigente adianta que haverá «um último “forcing”» daqui a mês e meio para o projeto entrar nos eixos e avisa que o NERGA dará o assunto por encerrado «se os parceiros continuarem a adiar o que é preciso fazer». Segundo Pedro Tavares, «temos que avançar para outros projetos que temos em análise», justiifca.

No entanto, assume que a associação empresarial «não desiste do GuardaLink, nem de ações similares», revelando que se está a «tentar fazer um projeto parecido na área agrícola», escusando-se a revelar mais pormenores. O dirigente reitera o valor da sociedade, tanto que o NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém solicitou ao NERGA «todo o projeto para poder vir a ser replicado» na zona do Ribatejo porque «viram nele uma mais-valia enorme». Para Pedro Tavares é «uma pena» que o projeto não avance, embora admita ser esta «uma altura complicada para se investir». O investimento inicial de cada empresa não seria substancial, mas depois teria de haver o necessário aumento do capital, pelo que «os sócios que hoje formassem a empresa tinham que estar capacitados para depois investir mais», num investimento global, a dividir pelas empresas, que rondaria os 500 mil euros «para se começar a avançar e arrancar».

O empresário sustenta que o GuardaLink seria um projeto «benéfico, principalmente para as mais pequenas», isto porque a sociedade funcionaria «como uma central que captava serviços e os distribuía depois pelos associados». Permitiria, por exemplo, ganhar escala a «um operador pequeno que tem dois a três camiões» e que necessariamente «não está no terreno com as mesmas capacidades comerciais de um operador com 100 camiões». Ao todo, a sociedade anónima iria abranger mais de 20 empresas e cerca de 600 camiões. Para concretizar o empreendimento, o GuardaLink já tinha negociado com a Câmara a aquisição de lotes de terreno na Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda, mas o acordo – que implicava preços e condições favoráveis – ficará sem efeito se o projeto não se concretizar.

Ricardo Cordeiro Sociedade anónima iria abranger mais de 20 empresas e cerca de 600 camiões

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