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Falsos lugares comuns

Bilhete Postal

Há quem diga que não há almoços grátis, mas há! Encontrei pessoas que nunca cobraram um favor, outras que nunca pediram uma ajuda, que utilizaram sempre o sistema; às vezes desejando encontrar-me numa esquina e sentirem-se menos sós. Mas eles existem e cada almoço que me deram foi dado, foi entregue com o coração. Há quem afirme que não há gestos inocentes, mas há. Vamos ver sempre o bom Samaritano, o tipo que tira do bolso para ajudar o desconhecido, o que salva o animal ferido e gasta dinheiro com isso. Há o vizinho que te ajuda com os sacos, o amigo que te oferece um mimo e não te quer levar para a cama. Há gestos gratuitos, como há ódios gratuitos e maldades que chegam sem esperar. Para lá destes dois mitos anteriores há o mito de que o dinheiro não traz felicidade, mas é mentira. Com a liberdade económica vem a liberdade de decisão, a capacidade da dádiva, a possibilidade da solidariedade e portanto o dinheiro sozinho não é felicidade, mas transporta nele um gene feliz. Carece o seu beneficiário de inteligência e bom senso que o dinheiro melhorar-lhe-á a saúde, as relações das pessoas e o encanto da vida. Por último, há aquele “antes isso que partir uma perna”, mas é falso. Eu vi a miséria vestir pessoas lindas, eu vi a polícia fixar-se em inocentes, eu vi pessoas sofrerem agruras às mãos de cafajestes, eu vi a dor encher famílias felizes. Antes tivessem partido uma perna que depois de uns meses estavam bons.

Por: Diogo Cabrita

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