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FALAR CLARO

António Soares, Diretor da ESAA

-Há novidades relativamente à revisão curricular?

-Aguarda-se para já a publicação em DR, não se sabendo se há novidades relativamente ao que foi anunciado em março.

-E que aspetos da revisão fazem a diferença no arranque do próximo ano letivo?

-Principalmente a questão do desdobramento nas disciplinas científicas, que vai levar à perda de um tempo no horário dos professores. Quanto ao crédito de horas disponíveis para eventuais disciplinas de oferta da escola no3º Ciclo não sabemos ainda nada. Estamos aliás preocupados porque a disciplina de Educação Tecnológica desapareceu no currículo, podendo apenas eventualmente aparecer como oferta da escola. No Secundário há uma redução da carga letiva das disciplinas de opção no 12º ano, que passam de 3 para 2 blocos, ganhando o Português meio bloco. Nas disciplinas científicas de opção não sabemos mesmo o que se prevê no que respeita ao desdobramento para a parte prática.

-Globalmente a carga horária diminui…

-Sim, tanto para alunos como para professores e tanto no 3º Ciclo como no Secundário. E isso pode reduzir o número de horários completos dos professores. Será também determinante na eventual redução de horários neste e em próximos anos o número de alunos, que irá baixar no concelho e no distrito, e que é uma situação deveras preocupante.

-O aumento de alunos por turma terá alguma repercussão na escola?

-Nós iremos formar turmas pelo mínimo legal, já que por via das obras as salas ficaram mais pequenas (por causa das tubagens, arejamento, aquecimento, etc.). Dificilmente poderíamos ter 30 alunos numa sala.

-Quanto ao processo de agregação da nossa escola a outros agrupamentos da Guarda, como estamos neste momento?

-Estamos também a aguardar a decisão do Ministério sobre os pareceres que as escolas e o Conselho Municipal de Educação emitiram sobre este processo. Lembro que houve consenso entre as escolas quanto à necessidade de haver um adiamento deste processo por mais um ano destinado a preparar a rede escolar concelhia, com a respetiva rede de transportes.

Após a receção da proposta da DREC para agregação com a Sequeira, o segundo parecer do Conselho Geral reagiu contra esta solução que contraria o consenso havido na reunião entre diretores e DREC de 11 de abril. Nesta reunião ficou em ata que, caso não fosse possível aquele adiamento, as escolas da Guarda agrupar-se-iam em 3 agrupamentos: o Agrup. da Área Urbana da Guarda (que por uma exceção na lei não se agregaria a nenhuma outra escola em virtude de lecionar no Estabel. Prisional), e dois novos Agrupamentos ligando as Escolas Secundárias (Afonso de Albuquerque e Sé) aos Agrupamentos de S. Miguel e da Sequeira já existentes. Não ficou em ata qualquer ligação da nossa Escola com S. Miguel mas houve na altura entre os diretores esse consenso para a agregação Afonso de Albuquerque-S. Miguel e Sé-Sequeira. A hipótese ESAA-Sequeira deve ter nascido na DREC após a reunião por critérios de número de alunos, resultando os agrupamentos mais equilibrados, embora com as escolas mais distantes. Na proposta da DREC a maior escola secundária (ESAA) juntaria com o Agrup. com menor número de alunos (Sequeira); a Escola da Sé, com menos alunos que a nossa, juntar-se-ia ao maior agrupamento (S. Miguel).

-Não tem portanto para já nenhuma repercussão dos pareceres que foram dados pelo nosso Conselho Geral, um a propor o adiamento e o outro a mostrar a preferência pelo Agrupamento de S. Miguel?

-Não. A esperança é a última coisa a morrer mas, face aos constrangimentos económicos, creio que se avançará de imediato para os agrupamentos. 115 já saíram, provavelmente aqueles em que houve consenso, e creio que brevemente sairão os outros.

-O que se perde com a agregação?

-No caso das escolas que não serão sede de Agrupamento perder-se-á o sentido da proximidade, que a presença de um coordenador não poderá resolver até porque esse coordenador não ficará a tempo inteiro. E a proximidade resolve muitos problemas. A agregação resulta até aceitável e sem polémica em escolas muito próximas ou contíguas. Quanto às outras a única vantagem dos agrupamentos é a económico-financeira.

-As escolas mantêm a sua identidade de escola?

-Os problemas da nossa comunidade educativa não são muito diferentes de zona para zona da cidade. Há já culturas de escola estabelecidas mas as escolas manterão no novo sistema a sua identidade, as suas práticas e até o seu nome. Haverá um nome para o Agrupamento mas não sabemos ainda qual. No entanto o projeto educativo a elaborar tenderá a contemplar as várias sensibilidades das escolas.

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