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Falando de educação pré-escolar

Aparentemente tudo está bem no reino da educação, ela não foi referida na pré campanha e não é assunto na campanha eleitoral. Só porque os professores foram, na maioria, colocados antes do início do ano letivo isso não significa que tudo esteja bem!

Em junho o Ministério da Educação alterou a legislação que regula o número de alunos por turma no pré-escolar. Retirou da lei o artigo que permitia que uma turma homogénea de 3 anos tivesse no máximo 15 alunos. Com esta pequena alteração provocou o encerramento de muitas salas de jardim-de-infância e aumentou o número de alunos em cada sala (o número máximo é 25). Ironicamente, o Governo com esta medida não está a poupar nenhum dinheiro, caso o objetivo fosse esse, porque a maioria dos educadores que poderiam ter ficado em horário zero à custa desta medida pediram dispensa da componente letiva e continuam nos agrupamentos a fazer outro tipo de trabalho e a receber o seu vencimento. O financiamento das salas é por número de alunos, portanto nem aqui poupam…

Esta medida apenas prejudica a qualidade de ensino porque é impossível dar a atenção necessária a cada criança quando o número de alunos por turma é tão elevado. Nas cidades e nas vilas a média, este ano, é de 25 crianças por sala! Ninguém está preocupado com estes números, não se ouvem os pais reclamar desta situação e já agora nem os sindicatos!

Na classe dos professores os educadores são o grupo mais envelhecido, com uma média de idades acima dos 50 anos. Considerando que grande parte dos educadores tem problemas de saúde derivados das viagens, das cadeiras e mesas baixas e de carregar com crianças ao colo, não receiam que comecem a acontecer pequenas desgraças nos jardins-de-infância?

Se uma criança fugir a correr será que o/a educador/a consegue apanhá-la?

Por motivos objetivos os professores tinham direito a reforma antecipada, infelizmente não estão armados como os polícias…

Leitora devidamente identificada, Guarda

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