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Faculdade de Ciências da Saúde foi o ponto alto do aniversário da UBI

Edifício foi inaugurado pelo Primeiro-Ministro, que se referiu a ele como um «projecto de sucesso»

A inauguração do edifício da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), junto ao Hospital Pêro da Covilhã, constitui o ponto alto das comemorações do 20º aniversário da instituição.

Um «projecto de sucesso» disse José Sócrates, que marcou presença na inauguração do pólo da saúde. Até porque foi um dos maiores entusiastas quanto à criação da Faculdade de Medicina na UBI, no Governo de António Guterres, visto que a mesma iria contribuir para o «desenvolvimento sócio-económico» e para a «fixação de médicos» nesta região do interior do país. «É uma história de sucesso», salientou, lembrando que em apenas dois anos a UBI colocou o curso a funcionar com um modelo inovador que «contribui para a investigação na saúde». Para além disso, conseguiu ainda «coordenar» os três hospitais existentes na região e os centros de saúde. Por isso, o Primeiro-Ministro não teve problemas em referir que o «trabalho ao longo destes sete anos, é um trabalho bem feito». Os êxitos já alcançados pela Faculdade de Ciências da Saúde são «um orgulho para a UBI, para a região e para o país». Por isso, Sócrates afirmou mesmo que a decisão que o Governo de António Guterres tomou, em 1998, apesar das várias vozes críticas na altura, «honra o Estado». «Decidimos bem. Decidimos com risco calculado», lembrando que este foi um dos maiores investimentos assumidos para o interior do país. Para Sócrates, o tempo agora para a UBI e para o resto das universidades é o do «desafio» de apostar ainda mais no conhecimento, na massa cinzenta e na ciência. «Essa é a aposta prioritária do Governo para o país», apontou.

O reitor da UBI, Santos Silva, concordou que a criação da Faculdade foi «o melhor projecto de desenvolvimento regional dos últimos anos», não só por contribuir para a formação de médicos e para o desenvolvimento da região, mas também por proporcionar cuidados de saúde de qualidade aos cidadãos. No entanto, Santos Silva aproveitou a oportunidade para reclamar um reforço de verbas, principalmente para as «infra-estruturas de apoio» para a investigação. Aqui, o reitor centrou-se essencialmente na falta de dinheiro para adquirir os «equipamentos fundamentais» para o Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), que conta já com 57 investigadores (34 dos quais doutorados). Tratam-se de materiais que, além dos já existentes e suportados pelo POCI 2010 e por receitas próprias, estão estimados em cerca de «cinco milhões de euros».

Aproveitando também a presença de Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Santos Silva aproveitou ainda para lembrar que o Orçamento de Estado (OE) transferido para a UBI desde 2003, tem «vindo a decrescer», ao «contrário do que sucede com outras universidades situadas em grandes centros urbanos». E exemplifica com o caso de Medicina: «O contrato de desenvolvimento acordava que o respectivo orçamento de funcionamento seria individualizado, relativamente ao orçamento da universidade, a fim de satisfazer as necessidades da instalação e do desenvolvimento de um novo modelo pedagógico. Tal não acontece desde 2003», recordou. Um reforço que se torna «imprescindível», tanto mais que se prevê o ingresso de 100 novos alunos no próximo ano lectivo – que se juntarão aos 337 já existentes – com a entrada em funcionamento do novo edifício.

Sem promessas, José Sócrates anunciou apenas a intenção do Governo aumentar em 60 por cento a verba do OE do próximo ano destinada à investigação e desenvolvimento, para qualificar ainda mais os portugueses.

Liliana Correia

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