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“Expressão” e “Desejo de Voar” novamente premiados

Concurso “O Público na Escola” destacou jornal da Secundária Afonso de Albuquerque e grafismo do trimestral da EB1 Santa Zita

O já tradicional concurso nacional “O Público na Escola” continua a correr de feição às escolas do distrito da Guarda. Os jornais escolares têm primado pelo seu dinamismo e criatividade, o que lhes tem valido lugares de destaque no principal concurso do género no nosso país, sendo mesmo raras as edições que não premiaram projectos oriundos da região. Este ano os prémios, em escalões diferentes, foram atribuídos ao jornal “Expressão”, da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, e pelo segundo ano consecutivo ao “Desejo de Voar”, da EB1 Santa Zita, ambas da Guarda.

Promovido pelo diário “Público”, o concurso nacional de jornais escolares distinguiu cerca de três dezenas de publicações feitas em estabelecimentos de ensino de todo o país no ano lectivo de 2003/04. No escalão relativo às escolas secundárias e profissionais, o “Expressão” foi galardoado com o terceiro prémio. Para Joaquim Martins Igreja, coordenador do jornal, este prémio «não foi uma grande surpresa», pois «fazemos um trabalho com algum valor». A equipa esteve para não participar nesta edição – o que aconteceu nos últimos cinco anos – por já terem vencido outros galardões neste concurso, mas «fomos encorajados à última da hora para participar e ainda bem que o fizemos», conclui o professor da Afonso de Albuquerque. O último prémio que receberam no concurso “Público na Escola” ficou a dever-se à edição “on-line” há cinco ou seis anos atrás, recorda Joaquim Igreja. No entanto, a aposta do Clube Expressão nestes últimos anos incide não só no jornal, mas também noutras actividades relacionadas com os media, «e isso vai continuar», adianta o coordenador. Nesse sentido, a preocupação não é de concorrer e ganhar prémios, mas «consolidar o projecto e mobilizar mais alunos e professores», refere Joaquim Igreja, para quem é «um bom sinal» este domínio guardense no principal concurso nacional de jornais escolares: «Significa que as pessoas lêem e mostra que é possível a realidade escolar chegar ao exterior», conclui. Para além de que estes prémios provam que na região «há projectos sólidos». Mas a lição mais importante a retirar é, na sua opinião, «o incentivo aos jovens para a leitura e para uma atitude mais crítica».

O “Desejo de Voar”, da EB1 de Santa Zita, na Guarda, ganhou o primeiro prémio de melhor grafismo, que envolveu jornais de todos os escalões, do pré-escolar ao Ensino Secundário. Trata-se de um galardão atribuído pela primeira vez e que avalia a importância que a qualidade e a originalidade do grafismo têm para a valorização do jornal escolar. Neste caso, o prémio do “Público”, o segundo consecutivo obtido pelo “Desejo de Voar” em duas participações, é um «bom incentivo» para um jornal que vai tentar «fazer ainda mais e melhor», garante Maria de Fátima, directora da escola. Depois do primeiro prémio alcançado no ano passado, como melhor jornal dos jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo do país, o novo galardão vem dar «um novo ânimo a alunos e professores», salienta a coordenadora da escola, que confessa ter sido surpreendida com notícia pelos órgãos de comunicação social local, pois a escola ainda não foi informada oficialmente. Os temas abordados versam normalmente sobre a escola, a cidade, o concelho, o país e o mundo, num jornal produzido graças ao trabalho conjunto de alunos, professores, auxiliares, pais e encarregados de educação. Com periodicidade trimestral, o “Desejo de Voar” existe há um ano em formato “tabloid”, é constituído por doze páginas e tem uma tiragem média de um milhar de exemplares.

Os prémios dos jornais escolares da região

Desde 1993 que os representantes do distrito são presenças assíduas no pódio, em cujo degrau maior se instalou por quatro vezes o “Expressão”, seguido pelo “Desejo de Voar”, da Santa Zita, que já tem na sua conta dois prémios. Um percurso notável iniciado pelo “Expressão”, mas com outros seguidores na região. Tudo começou em 93 quando conquistou o primeiro lugar na modalidade de jornal em papel, repetindo a façanha dois anos depois ao ser considerado o melhor jornal escolar a tratar as tecnologias da informação. No final da década de 90, o “Expressão” voltou a facturar mas na categoria de publicações electrónicas com a sua inovadora edição “on line”. Um ano antes tinha sido o “Ecos da Nossa Escola”, da então C+S de Tourais/Paranhos, em Seia, dirigido por Graça Nunes, a arrebatar o primeiro lugar do escalão das EB 2,3. Depois de um interregno, as atenções viraram-se novamente para a Guarda há dois anos, altura em que o jornal do Centro Educativo do Mondego, mais conhecido por Colégio do Mondego, no Porto da Carne, conquistou uma menção honrosa. Num meio escolar diferente, já que foi produzido num organismo do Instituto de Reinserção Social, o “Encontro”, coordenado por Paula Madeira, acabou por dar novo ânimo aos jovens que nele colaboram. Habitualmente, estes meios de comunicação escolares apresentam sobretudo o relato das actividades do respectivo estabelecimento, dos acontecimentos que com ele se relacionam, da comunidade envolvente, entrevistas, secções de música e poesia, mas também alguma opinião. O objectivo de todos é serem um meio didáctico e de intervenção no meio em que se inserem.

Patrícia Correia

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