Trabalhar juntos é ter dificuldade e crescer acompanhado. Posso concluir a partir dos silêncios que de algum modo terás ficado melindrado com a minha negativa, mas dizer-te que não é um direito meu, é uma opção de todas as relações. Imagina que te dizia sempre que sim. Quem era eu? Onde surge a minha identidade, o lugar de mim? Eu sou uma opinião, eu sou uma ideia, eu sou um percurso entre os caminhos que escolhi. Eu sou os passos que podias dar e não deste, as estradas que nunca viste, os embustes que me fizeram, e tudo o que fiz eu, tudo o que senti é meu. Nada de mim podes ser tu e por isso quando me pedes uma ideia ela, se for verdade, é a estrada de onde vim e nunca o teu caminho. Percebes que nas negativas e nos apoios que te der há uma história, que se for refletida é um trilho único, o das vivências e das experiências que aprendi e me emocionaram, me fizeram crescer. Eu sou essa força de dizer que sim e insistir que não. E sou a teimosia de contrariar-te. Por isso me devias ter junto, por isso me devias ter acoplado. Afinal, eu não traí a tua causa nem o teu sonho, disse-te que por ali, acho que não.
Por: Diogo Cabrita
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