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Explosão de depósito de nafta provoca pânico na Carveste

Funcionária em estado grave continua hospitalizada, IDICT está a investigar causas do sinistro

A explosão de um depósito de nafta num armazém da fábrica de confecções Carveste, em Caria (Belmonte), seguida do rebentamento de uma caldeira e de um incêndio, provocou na última sexta-feira dez feridos, um dos quais em estado grave, e lançou o pânico nos 400 trabalhadores que se encontravam a laborar na empresa naquele momento.

Entre os feridos, que foram encaminhados para o Hospital Pêro da Covilhã, três apresentavam dificuldades respiratórias devido à inalação de vapores libertados pela explosão do depósito de nafta e seis sofreram apenas ferimentos ligeiros provocados pelo impacto do rebentamento do muro de suporte entre a zona de laboração e o armazém. A trabalhadora em estado mais grave sofreu várias escoriações por ter sido atingida por estilhaços e foi submetida a uma pequena intervenção cirúrgica para estancar as hemorragias, tendo sido depois transferida para os Hospitais da Universidade de Coimbra. Pelo que “O Interior” pôde apurar, a senhora já regressou ao Hospital Pêro da Covilhã, onde permanecia terça-feira em «observação» no serviço de Cirurgia. Mas, de acordo com o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira, Miguel Castelo Branco, a trabalhadora já se encontrava «estável». 76 bombeiros e 32 viaturas de seis corporações (Belmonte, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Castelo Branco e Penamacor) acorreram ao local, onde se esperava inicialmente «uma situação maior», confessou Rui Esteves, coordenador do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC) do distrito de Castelo Branco, uma vez que «todo o impacto deu-se sobre o muro de suporte entre a zona onde se faz a laboração e as caldeiras». Para este responsável, a intervenção dos bombeiros foi «musculada e de qualidade».

Além das seis corporações enviadas para o local, onde os voluntários de Belmonte chegaram 13 minutos depois do alarme, o helicóptero do SNBPC de Santa Comba Dão ficou em prevenção para «poder intervir se fosse caso disso». As causas da explosão estão agora a ser investigadas pelo Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT), através de um inquérito para se «definir responsabilidades». Um processo que será «prioritário», garantiu Aires de Sá, director do IDICT da Covilhã. Contudo, José Madaleno, funcionário da Carveste encarregue do funcionamento das caldeiras – e que se tinha ausentado por minutos por causa de outro serviço – aponta o «aquecimento» das máquinas como a possível causa da explosão. Já o proprietário da confecção, Francisco Cabral, visivelmente «abalado», não quis prestar declarações sobre o sucedido. No entanto, disse estar preocupado com os prazos de algumas encomendas e garantiu estar tudo coberto pelo seguro da empresa. Apesar da laboração da Carveste ter sido suspensa no dia da explosão devido ao corte de energia, os trabalhadores mantiveram-se à porta da fábrica até a situação ficar normalizada. No entanto, o «susto» provocado pela explosão ainda estava espelhado no rosto da maioria dos trabalhadores, receosos também pelos colegas que tiveram que ser assistidos de imediato no hospital. Na segunda-feira, e segundo uma fonte da empresa Carveste, a laboração foi retomada «normalmente».

Liliana Correia

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