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Euro 2004 (3)

Portugal, Portugal, Portugal… Ouvir assim o nome falado, alto, com força, em uníssono, dá ânimo, enche de orgulho. Para mais quando estamos mais habituados a perder do que a ganhar e cansados de ver as vitórias esfumarem-se em momentos decisivos, quando se trata do tudo ou nada. Agora até isso parece ser pouco perante tão grande alma. Deve ter sido ela a inspirar o nosso Ricardo, a tirar as luvas e a defender com as mãos tal como elas vieram ao mundo. A chamar a si a bolinha dos nossos sonhos, ainda por cima inspirada nos nossos antepassados aventureiros. Boa, Ricardo!

A imagem do apoio à Selecção, particularmente sentida durante a deslocação do autocarro desde Alcochete até ao estádio, parece ser a faísca que incendeia a vontade dos jogadores. No último jogo com a Inglaterra foi bonito ver o apoio que os barcos dos pescadores transmitiram, acompanhando durante a travessia da ponte o trajecto que o autocarro ia fazendo na ponte Vasco da Gama. As traineiras simbolizaram na perfeição a grandeza de um povo que tem na sua história alguns dos maiores feitos da humanidade. Scolari, sempre muito atento a pormenores que possam contribuir para elevar o moral das tropas foi perspicaz e reconheceu o valor desse apoio. Que novidade estará preparada para a próxima deslocação do autocarro?

Os principais favoritos já estão fora. Uns por cansaço outros por falta de estrelinha, lá foram fazendo as malas e regressando ao local de partida. Do segundo grupo de favoritos ainda temos três selecções: Portugal; Republica Checa e Holanda. Como grande surpresa da prova temos a Grécia a provar que o resultado obtido com Portugal não foi por acaso. Já agora, não seria de admirar que o Torneio começasse conforme começou: Portugal- Grécia. Seria no mínimo interessante e talvez inédito: jogar a abertura e a final entre as mesmas equipas. Para quê afinal jogar tantos jogos se tudo se poderia ter resumido a uma partida? A única justificação seria a de obter um resultado diferente do primeiro jogo.

Depois das bandeiras chega a altura de vestirmos a camisola. Scolari deu o mote pedido uma camisola vermelha da cor da bandeira, ou verde (supõe-se que também da mesma cor, a cor -bandeira) para opor à cor laranja dos holandeses. Para os têxteis portugueses aí está uma oportunidade de negócio. Vão começar a ter saída os tecidos cor-bandeira de Portugal. Com tal sagacidade para o marketing Scolari ainda se arrisca a um dia destes ser convidado para primeiro-ministro de Portugal. É que além de tudo o mais, Felipão não é daqueles que deixa as coisas a meio. Quando foi convidado para o Benfica, manteve-se firme e recusou com toda a frontalidade, por bem da equipa de todos nós. É com gestos destes, pequenos mas significantes que se conquista o respeito e a confiança. É também daqui que nasce a força que ninguém pode parar! Que aos outros sirva para exemplo.

Por: Fernando Badana

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