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Estudantes da UBI reclamam pólo de Artes e Letras e uma cantina no pólo IV

“Livro Negro” da UBI destaca a falta de financiamento do Estado, de salas para aulas práticas e o atraso na atribuição das bolsas de estudo

Os estudantes da Universidade da Beira Interior (UBI) lançaram na semana passada a primeira pedra do Pólo de Artes e Letras, uma «reivindicação de muitos anos» e que os dirigentes da Associação Académica esperam ver «incluída no próximo orçamento de 2006», salienta Nuno Costa, presidente da AAUBI.

O protesto simbólico, a que poucos estudantes aderiram, fez parte da contestação nacional intitulada “O Livro Negro do Ensino Superior” e desencadeada pelas associações académicas de todo o país para apresentar brevemente ao novo ministro da Ciência, Tecnologias e Ensino Superior, Mariano Gago, os problemas que afectam as instituições do ensino superior público. O “livro negro” da UBI, que já foi entregue à reitoria, reivindica igualmente uma cantina para o pólo IV, mais conhecido como pólo do Ernesto Cruz, e aponta ainda a falta de financiamento do Estado, a insuficiência de salas de aulas para os turnos práticos das 32 licenciaturas e de espaços de lazer e desportivos. A AAUBI reclama também mais espaços de leitura e estudo, pois os que existem «encontram-se sempre lotados», principalmente no pólo IV, e critica o atraso na atribuição das bolsas de estudo, que se verifica logo na afixação das listagens dos alunos bolseiros.

De resto, os estudantes que responderam ao inquérito da AAUBI sobre a instituição considera que a universidade tem «boas instalações» e material de apoio às aulas de «boa qualidade», embora os computadores continuem a ser «insuficientes» e «mal distribuídos» pelos diferentes pólos. No entanto, é a falta da cantina no pólo IV que a AAUBI mais reclama. As obras feitas há cerca de dois anos no “snack” «não satisfazem» as exigências porque o mesmo «não chega para os alunos» daquele pólo, o que se comprova com «o imenso tempo de espera para almoçar», salienta Nuno Costa. Além disso, os preços continuam «a ser muito caros» comparados com os praticados pelas cantinas sociais da instituição. «O preço social para uma cantina é de 1,90 e neste momento estão a ser cobrados 2,30 e 2,90 euros no “snack” do Ernesto Cruz e 3,10 no “snack” das Engenharias. São preços preocupantes para os estudantes, pois são as famílias que estão a subsidiar o ensino superior em Portugal e não o Estado, como deveria ser sua obrigação», alerta o dirigente. Entretanto, a AAUBI vai realizar brevemente um inquérito aos estudantes para perceber as suas «preocupações pedagógicas», numa altura em que considera importante voltar a discutir a lei do financiamento e a nota mínima dos exames que os professores impõem aos alunos.

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