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Estudantes da Covilhã vencem concurso europeu

Maquete de automóvel movido a energia solar foi premiado na categoria dos “Veículos energeticamente eficientes” no concurso FuturEnergia

Começou por ser uma «brincadeira» e uma forma de cativar os alunos para as aulas e para a utilização de produtos recicláveis e energias alternativas. Com materiais usados e um pouco de imaginação, três ex-estudantes da escola básica integrada de São Domingos, na Covilhã, foram distinguidos no passado dia 13, em Bruxelas, com o primeiro prémio num concurso europeu sobre eficiência energética pela sua maqueta de um veículo movido a energia solar.

Henrique Barata, Fábio Correia e David Ribeiro, sob a coordenação do professor de Ciências Naturais, Jorge Estrela, responderam ao desafio do concurso FuturEnergia e conceberam um veículo que pudesse deslocar-se utilizando a menor quantidade possível de energia. O projecto vencedor na categoria “Veículos energeticamente eficientes”, referente à quarta edição do concurso, consiste numa maqueta de um carro movido a energia solar que, com materiais leves e resistentes como o plástico ou o alumínio, reduz ao mínimo o consumo energético. A maqueta foi construída a partir de pacotes de leite, paus, palhinhas de refrigerante, tampas de garrafas e outros materiais artesanais. Se fosse fabricada à escala real pesaria 300 quilos e alcançaria uma velocidade de 60 quilómetros por hora, tendo capacidade para transportar duas pessoas.

O projecto foi desenvolvido ao longo do ano passado, quando os três jovens covilhanenses se encontravam no 9º ano de escolaridade, e acabou seleccionado entre os apresentados por 1.500 alunos de 27 países europeus. Jorge Estrela explica que a ideia surgiu «um bocadinho ao acaso». O professor conta que o ponto de partida foi tentar encontrar «algo que motivasse os alunos e que lhes despertasse o interesse pelas Ciências Naturais». O gosto comum pelos automóveis e uma forma mais descontraída de encarar os conteúdos programáticos fizeram o resto. «Acabou por ser um bocadinho por brincadeira, eles não levaram isto muito sério e até tiveram algumas dúvidas em relação à participação. Mas eu insisti e conseguimos um projecto diferente e penso que eles gostaram de realizar», revela.

Quanto ao primeiro lugar alcançado, Jorge Estrela admite que não contava que o projecto «chegasse tão longe», pois começou por ser uma actividade para as aulas. «Eu sabia que o trabalho estava engraçado, mas daí até ao reconhecimento a nível europeu, não estava a contar», confessa. Corroborando desta convicção, Henrique Barata sublinha que «isto nunca foi para ganhar, fizemos o carro principalmente para termos alguma coisa para fazer durante o ano e estarmos entretidos nas aulas. Depois, começámos a apurá-lo mais um pouco, mas mesmo assim poderíamos ter feito ainda melhor», garante o aluno. Já Fábio Correia reconhece que «esta ideia foi boa, porque nos chamou a atenção para irmos às aulas por ser algo diferente». Por sua vez, David Ribeiro prefere destacar outras experiências, já que «não é todos os dias que se vai a outro país e se anda de avião e comboio». Os alunos não põem de parte participar em futuras provas do género e, apesar de terem arrecadado o primeiro prémio numa das categorias a concurso, Henrique Barata mostra-se exigente e garante: «Para a próxima será uma coisa perfeita». Ver mais em: www.ointerior.tv

Rafael Mangana Os três jovens, acompanhados pelo professor Jorge Estrela, receberam o prémio na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas

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