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«Estão a nascer vinhos de alta qualidade na região»

Cara a Cara – Entrevista

P- A Guarda vai receber o primeiro concurso de vinhos da região. Será uma nova forma de divulgar e distinguir os produtos da região…

R- Naturalmente. O evento está agendado para 26 de Julho, integrado no certame “Vinhos e Sabores da Beira Interior”. A nossa intenção será divulgar o produto “vinho”, que é aquilo que defendemos. É pena que esta seja apenas a primeira edição da iniciativa, mas, por falta de meios financeiros, ainda não nos tinha sido possível organizar um concurso desta natureza. Este ano, porém, conseguimos associar-nos à Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA), que se propôs colaborar. Consideramos que o concurso será uma forma interessante de divulgar os nossos produtos e que, aliás, são de grande qualidade. Estarão a concurso 80 vinhos, que vão ser avaliados [hoje] por um júri muito diversificado.

P – Quem serão os enólogos convidados?

R – São profissionais oriundos de todas as regiões e Comissões Vitivinícolas do país. Convidámos enólogos muito credenciados e que, habitualmente, marcam presença na grande maioria dos concursos nacionais.

P – Por onde acredita que deverá passar a promoção dos vinhos da Beira Interior?

R – Neste momento, e tenho-o dito por diversas vezes, a promoção deverá passar pela divulgação que é possível fazer. Como se sabe, estamos numa situação de crise, em que as pessoas até para comer se deparam com dificuldades. Como o vinho é considerado um produto supérfluo aos bens de primeira necessidade, actualmente, está a sofrer uma grande quebra. A situação económica não é das mais favoráveis.

P – Considera que a região tem potencial e qualidade no que diz respeito à produção vitivinícola?

R – Os vinhos da região estão com uma qualidade elevada. Foram reestruturados muitos hectares de vinha nas três sub-regiões que integram a Comissão – Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo e Cova da Beira. Fruto dessas medidas, estão a nascer vinhos de alta qualidade.

P – Referiu, recentemente, que é necessária uma mudança de paradigma por parte dos produtores. Em que sentido?

R – Embora saiba que o mercado está difícil, custa-me que a maioria dos produtores não certifiquem os seus produtos. Na minha opinião, impõe-se que o passem a fazer e que, para além disso, comecem a vender à garrafa. Isto porque o vinho engarrafado permite fazer uma maior divulgação dos produtos com qualidade e gera mais receitas. Sou frontalmente contra a venda a granel, pois quem sai a perder é a Beira Interior – que não surge representada em produtos, por vezes, de enorme qualidade.

P – Além do concurso de vinhos, que outras actividades estão agendadas com o intuito de promover o sector?

R – A curto prazo, e em associação com o NERGA, vamos ter um stand de exposição e provas na Beirartesanato, entre os dias 25 e 27 de Julho, onde os visitantes terão a oportunidade de adquirir e provar uma série de vinhos. Os vencedores do concurso serão anunciados no último dia desta mostra.

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