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Estado paga mais pela Scut da Beira Interior

Redução do tráfego nas auto-estradas sem custos para o utilizador resultou numa poupança de 168 milhões de euros

O Governo gastou menos que o previsto pelo Orçamento Estado com as rendas das Scut (auto-estradas sem custos para o utilizador) em 2007, tendo poupado 24 por cento do total estimado de 705 milhões de euros.

Os números foram avançados pelo jornal “Público”, na edição de segunda-feira, que adianta que apenas 537 milhões de euros foram para os cofres das empresas concessionárias, tendo o Estado poupado 168 milhões de euros.

A redução dos gastos deve-se à diferença entre o tráfego que se admitia que as auto-estradas pudessem gerar e aquele que efectivamente se verificou durante o ano transacto. O custo que o Estado suporta por cada veículo que passa nas Scut varia em função da procura destas, o que justifica o facto de no interior do país a tarifa ser mais elevada, uma vez que as Scut da Beira Interior e do Interior Norte são as que registam menor tráfego diário. Segundo o “Público”, a auto-estrada que liga a Guarda a Torres Novas teve, em 2007, um tráfego médio diário de 10.363 veículos, o que representou para o Estado um custo de 35 euros por veículo. Trata-se do valor mais elevado no conjunto das seis Scut estudadas pelo jornal.

Em reacção à notícia do “Público”, fonte do ministério das Obras Públicas confirmou que a diferença deve-se, «essencialmente, à redução do tráfego em relação ao que estava previsto pelas concessionárias no caso-base» (estimativa de tráfego que regula os contratos de concessão entre as concessionárias e a Estradas de Portugal). «Constatou-se que o tráfego foi menor do que o previsto pelas concessionárias nos seus caso-base, o que se traduz numa perda para as concessionárias», acrescentou a mesma fonte, sublinhando que «este risco já está calculado e incorporado no contrato assinado com a Estradas de Portugal, pelo que as concessionárias não foram propriamente apanhadas de surpresa».

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