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Estação do Pocinho pode ficar sem funcionários

Câmara de Foz Côa garante que vai estar atenta a «futuros desenvolvimentos»

«O essencial são os comboios, mas também era importante manter o pessoal e tudo iremos fazer para que os funcionários lá continuem». É deste modo que o presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa reagiu à intenção da REFER pretender retirar o seu pessoal das estações da linha do Douro entre a Régua e o Pocinho.

De acordo com a edição do jornal “Público” da última segunda-feira, a empresa está a estudar a introdução do RES (Regime de Exploração Simplificado) entre a Régua e o Pocinho, retirando o seu pessoal das estações. Como a montante da Régua, a CP também já não tem nenhum funcionário, sendo os bilhetes vendidos pelos revisores dos comboios, as estações daquela região que ainda tinham alguma vida ficarão desguarnecidas e, no imediato, abandonadas. Hoje em dia, a exploração dos comboios nesta linha é feita através do regime de cantonamento telefónico e o objetivo da REFER é implementar um sistema simplificado em que é um agente da empresa que viaja no próprio comboio, ou até o próprio revisor, que sai nas estações para pedir avanço a um posto regulador central, localizado na Régua.

Gustavo Duarte não quer acreditar que este possa ser um prenúncio para que os comboios deixem de parar no Pocinho: «Não temo, nem deixo de temer que isto seja um primeiro passo para se acabar com os comboios nesta linha. Garanto é que vamos estar atentos para acompanhar os futuros desenvolvimentos sobre este assunto», assegura. O autarca frisa que não sabe «se se vai confirmar essa possível intenção da REFER», mas sublinha que, «a confirmar-se a questão de retirarem o pessoal», essa medida «não terá a ver com a supressão dos comboios». O edil não apoia a decisão da empresa de retirar o pessoal das estações, até porque «esta é também uma forma de desertificar mais esta região», lamenta. «Sabemos que esta é uma altura de cortes orçamentais, mas iremos pugnar para que se mantenham o maior número possível de funcionários no Pocinho», revela.

Recorde-se que o troço entre a Régua e o Pocinho, de 68 quilómetros, chegou a ser indicado à “troika”, ainda durante o Governo de Sócrates, como passível de ser encerrado, mas sobreviveu ao PET (Plano Estratégico de Transportes, que prevê cortes em 600 quilómetros de vias férreas), tendo em conta o interesse turístico da linha e a grande procura de que é alvo nos meses de verão.

Ricardo Cordeiro Depois de Barca d’Alva, também a estação do Pocinho corre o risco de ficar deserta

Comentários dos nossos leitores
Jose Bernardo jose_bernardo@hotmail.fr
Comentário:
Meu pai trabalhou nessa estação toda a sua vida. Vimos passar por lá milhares de pessoas para irem para o Porto e Trás-os-Montes. É pena fecharem uma estação que fez parte do desenvolvimento do país.
 

Estação do Pocinho pode ficar sem funcionários

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