A Beira Interior está cada vez menos interior. A abertura da A23 deixou toda a região mais próxima da capital e do sul do país. A duplicação da IP5, entre a Guarda e Vilar Formoso, vai colocar-nos mais próximos da Europa já a partir do próximo mês. Se tudo correr conforme o previsto, a ligação entre a Guarda e Albergaria-a-Velha estará concluída em Junho de 2006, aproximando-nos do norte de Portugal. Fala-se ainda da passagem do TGV pela Guarda, da electrificação total da Linha da Beira Baixa e da ampliação do Aeródromo da Covilhã.
Com esta rede de infra-estruturas quase pronta é lícito perguntar: E depois? Sim, como vamos nós rentabilizar estas ligações?
Se para a maioria dos cidadãos estas obras representam apenas uma aproximação aos centros de decisão, às grandes unidades de prestação de cuidados de saúde ou às grandes superfícies comerciais, para os políticos ela é uma enorme janela de oportunidades. Por isso seria normal que nesta altura estivessem no terreno algumas acções de promoção da região junto de investidores nacionais e estrangeiros. O Parkurbis e a Plataforma Logística da Guarda, por exemplo, já deviam “andar na estrada”, apresentando-se às grandes empresas em expansão. É sabido que os processos de negociação para a instalação de grandes unidades industriais se arrastam durante meses e, por vezes, durante anos. Por isso esta Beira Interior, cada vez menos interior, deve iniciar rapidamente uma campanha de promoção da região como destino de investimentos. Ou começamos já, ou vamos perder outra grande oportunidade de apanhar o comboio do desenvolvimento.
Por: João Canavilhas
