Arquivo

«Esperamos uma feira mais cómoda e atractiva em 2008»

P – Quais são os novos desafios da Feira de São Bartolomeu?

R – Fundamentalmente, o grande desafio é manter esta dinâmica de crescimento e de afirmação daquela que é a mais antiga feira franca do país. Foi fundada em 1273 e iniciou o processo de consolidação há 14 anos e o nosso principal objectivo é continuar este reforço de recuperação e manutenção “em alta” da Feira de S. Bartolomeu.

P – Se 2005 foi o “ano da consolidação”, o que espera desta edição?

R – Espero que, pelo menos, seja alcançado o mesmo número de visitantes. E pela frente, temos que fazer um esforço para melhorar o espaço do certame, nomeadamente, a parte superior. Já temos um projecto, mas precisamos de encontrar financiamento para a obra, que só poderá ser candidatada ao próximo Quadro Comunitário de Apoio 2007/08. Nessa altura já contamos ter o espaço requalificado, sendo muito mais cómodo e atractivo. O recinto da feira terá na mesma 32.000 metros quadrados, o que pretendemos fazer é pavimentá-lo e arranjá-lo com zonas verdes. Ou seja, vamos proceder ao tratamento da área, tendo em conta a sua utilização enquanto local das feiras semanais ou da Feira de São Bartolomeu, em Agosto, e de estacionamento nos outros dias. Mas esperamos que, em 2008, já não seja preciso andar a pisar gravilha…

P – Nos últimos anos tem-se mantido a tendência de grande procura dos stands. Como pensam contrariar esta situação nas próximas edições?

R – Por razões físicas, não tempos possibilidade de aumentar o espaço da feira. Num dos lados está o arruamento, noutro temos a via de acesso às Portas d’El Rei e a Sul está o parque municipal. Mas, na realidade, este ano tivemos que deixar alguns agentes de diversão de fora porque não tínhamos espaço para mais. O mesmo aconteceu noutros sectores, nomeadamente de maquinaria industrial e do ramo automóvel, que ficaram de fora por falta de lotes. Isso aconteceu porque os interessados deixaram para os últimos dias a requisição do espaço, que está colocado no mercado desde Maio. Podíamos ter mais coisas, mas neste momento está tudo ocupado.

P – Como é que explica a aposta cada vez mais forte na animação?

R – A animação é uma componente essencial em qualquer evento desta natureza. A Feira de São Bartolomeu não pretende ser apenas isso e, nessa perspectiva, não passará deste período máximo de duração de 10 ou 12 dias. Aliás, este ano o certame funcionará mais um dia do que na edição anterior. Terá uma duração de 12 dias, mas com uma inovação: abre dia 11, apenas com as diversões, exposição de maquinaria agrícola e sector automóvel, tasquinhas típicas e espectáculos. Só no dia 13 é que será inaugurada a feira de artesanato e das actividades económicas, no Pavilhão Multiusos.

P – A que se deve esta mudança estratégica. O certame fica mais dias abertos, mas a feira de artesanato fica menos dias?

R – Tudo porque há interesses contraditórios dentro da feira. A área das tasquinhas típicas, das diversões e da exposição de maquinaria agrícola beneficia mais quantos mais dias estiverem na feira. Por outro lado, os artesãos preferem estar menos dias, o que acaba por ser bom para nós, porque isso também implica elevados custos com subsídios de alojamento já que muitos dos participantes vêm de fora. Não inventámos nada. Trata-se de um modelo que copiámos da Feira de S. Mateus, em Viseu, eles já fazem isso há muito tempo. Prolongámos mais um dia da feira em si, mas a componente das actividades económicas e artesanato duram menos um dia do que na edição passada.

P – Quais as expectativas para mais uma edição?

R – Para já, espero que este novo figurino de ter sectores diferenciados com horários diferenciados resulte. Não só para o público, como também para os expositores, pois seria uma forma de conciliar interesses antagónicos, não prejudicando a parte lúdica do certame. Um dos objectivos é montar um modelo para consolidar nos próximos anos. Por outro lado, esperamos também que esta Feira de São Bartolomeu, com o mesmo bilhete de entrada (2,5 euros) e um cartaz de espectáculos equilibrado e actual, para todos os gostos e idades, seja do agrado do público. Outra novidade foi a introdução de um “dia franco”, que acontece a 22 de Agosto. Temos também um espectáculo especial com os D’ZRT (dia 21). É que o grupo só actua explorando eles próprios o espectáculo e o bilhete é preço único (10 euros) em todo o país, nós apenas facultamos a segurança, a cobrança dos bilhetes e pouco mais. É a única excepção na programação desta edição, espero que o público entenda.

AENEBEIRA suporta 80% das despesas

Para esta edição está previsto um orçamento de 290 mil euros mais IVA, dos quais 80 por cento são suportados pela AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira. Entretanto, a associação prevê um resultado positivo de 12 mil euros, que «já servia para recuperar o défice do ano passado», constata o presidente da direcção, António Oliveira. Por outro lado, a AENEBEIRA suporta mais de cinquenta por cento do valor dos espectáculos, que se traduz em cerca de 66 mil euros. Enquanto, o restante é sustentado pela empresa municipal.

Sobre o autor

Leave a Reply