Uma reflexão irónica sobre os especialistas que dominam a atual sociedade contemporânea é a proposta que o Teatro Meridional apresenta sábado à noite, no TMG.
Em “Especialistas”, questiona-se a importância conferida a esta gente cuja missão é clarificar as causas de acontecimentos nas suas áreas, mas que fecha a explicação em linguagens e técnicas só por ela dominadas. «Perante tal aura de mistério, o comum dos mortais sente-se naturalmente demitido por não se encontrar na posse de tão complexa competência», sublinha a companhia no texto de apresentação da peça, estreada em abril passado. Neste espetáculo, o objetivo é «brincar seriamente com as certezas e com a relatividade do conhecimento» para que os cidadãos não se demitam de construir pontos de vista próprios, sem a influência destes especialistas que, por vezes, defendem posições «nem sempre claras e éticas, o que torna o exercício da democracia num fenómeno muito parecido com a ordem das ditaduras». Miguel Seabra é o encenador desta produção interpretada por Emanuel Arada, Filipe Costa e Rui M. Silva. A dramaturgia é de Natália Luiza. O espetáculo está na Guarda no âmbito da rede de programação “5 Sentidos”.
