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“Espaço das Idades” fechado a cadeado

“Braço-de-ferro” entre Câmara da Covilhã e Junta de Santa Maria continua

Novo episódio na “novela” do “Espaço das Idades”, na Covilhã. Desde o fim-de-semana que o acesso ao edifício está vedado ao público com cadeados nos portões e que uma equipa de segurança está no local 24 horas por dia. A Junta de Freguesia de Santa Maria não se conforma com a situação e já interpôs uma providência cautelar, enquanto a Câmara da Covilhã assegura que o espaço reabrirá brevemente com novas valências.

Apanhado de surpresa pela decisão da autarquia, o ex-coordenador do espaço considera que «a presença de seguranças, que trancaram os portões a cadeado e não permitiram a entrada no recinto», é reveladora de «mais uma atitude de prepotência por parte do presidente da Câmara». António Rebordão diz que o município agiu «pela calada da noite, o que revela o medo» que Carlos Pinto tem dos idosos, sendo «useiro e vezeiro neste tipo de situações». De resto, o presidente da Junta de Santa Maria realça que se tratou de «um assalto» e, nesse sentido, já foi interposta uma providência cautelar e uma ação crime «para que seja reposta a legalidade». Também os vereadores João Esgalhado, Pedro Silva e Vítor Pereira, impedidos de entrar no “Espaço das Idades” na segunda-feira, vão avançar com uma queixa-crime no Ministério Público.

Nesse mesmo dia, a autarquia distribuiu um comunicado às dezenas de idosos presentes onde informava que, «devido a alterações de gestão», o “Espaço das Idades” estaria encerrado «para reorganização», mantendo-se «os mesmos serviços, complementados com novas atividades e programas dirigidos aos possuidores do Cartão Social Municipal». Já no dia seguinte, em conferência de imprensa, o vice-presidente Pedro Farromba adiantou que «estão a ser definidas as atividades e reequacionadas as iniciativas», prevendo-se a abertura do edifício para «muito em breve, o mais tardar no final da próxima semana ou início da seguinte». Por sua vez, o vereador Paulo Rosa recordou que a Câmara «tem sido acusada de querer fazer política para um candidato», mas contrapôs que é António Rebordão quem «quer ser candidato à Junta da cidade e tem estado a recolher apoios junto de PS e PSD. Quem quer e precisa daquele espaço para fazer política não é a Câmara», sustentou.

Sobre esta acusação, António Rebordão garantiu a O INTERIOR que «é tudo falso» e que «estando à frente de uma instituição que congrega pessoas de várias sensibilidades, não poderia comprometer-me com nenhum partido». O autarca assegura que não tem «nenhum compromisso com nenhum candidato» e que à luz da lei de limitação de mandatos não se poderá candidatar à Junta, daí considerar que há «má fé» nestas acusações.

Ricardo Cordeiro

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