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Escolhido consórcio que vai colocar pórticos na A23

Movimento de empresários está a preparar estudo sobre as consequências sócio-económicas das portagens a apresentar aos grupos parlamentares e ao Governo

O consórcio formado pela Brisa Inovação e Tecnologia (BIT) e pela tecnológica Indra foi escolhido para fornecer o sistema de cobrança de portagens na A23. A autoestrada da Beira Interior, tal como a A25, começará a ter portagem a partir de 15 de Abril, de acordo com o calendário do Governo.

O consórcio informou anteontem, em comunicado, que o projeto envolve a colocação de 16 pórticos naquela via, bem como a instalação dos sistemas de suporte ao seu funcionamento, como infraestruturas de comunicação e energia ou “call center”. A obra civil, metalomecânica, atividades de construção e sinalização na A23, concessionada à Scutvias, ficará também a cargo daquelas duas empresas. A adjudicação foi divulgada um dia depois do Movimento pela Subsistência do Interior, que envolve empresários dos distritos da Guarda e Castelo Branco, ter revelado as conclusões de um questionário enviado às empresas da Beira Interior sobre o impacto da cobrança de portagens na A23 e A25. A principal é que «todas admitiram a intenção clara de despedimentos e a propensão para um forte desinvestimento, tanto pelo encerramento de unidades de negócio que deixam de ser viáveis, bem como pela eventual deslocalização para Espanha», adianta Luís Veiga.

O empresário, e porta-voz do movimento, acrescenta que as estimativas de despedimentos apontam para reduções que variam de 4 a 45 por cento, «dependendo do setor de atividade e da dimensão da empresa, mas com maior impacto nas PME, o que é preocupante por serem estas empresas o sustentáculo da região». Outro dado alarmante é o previsível encerramento de unidades, sobretudo ligadas ao comércio e à agro-industria, estimando-se ainda que as deslocações na Beira Interior possam traduzir-se «numa redução de 10 por cento, no mínimo, no ordenado dos seus colaboradores devido ao pagamento de portagens», sublinha Luís Veiga. O movimento vai continuar a recolher elementos com vista a apresentar aos vários grupos parlamentares e ao Governo um estudo fundamentado sobre as consequências sócio-económicas das portagens. O objetivo é conseguir impedir a concretização desta medida.

Entretanto, a Federação do PS da Guarda respondeu aos deputados do PSD – que querem que o Governo revele os valor a cobrar na A25 e A23 –, lembrando que foi o líder daquele partido que exigiu que as portagens fossem generalizadas a todo o país. «Se entendem que esta medida “penaliza severamente as condições de competitividade do distrito” porque é que a exigiram ao Governo?», criticam. Para os socialistas, esta tomada de posição é «a confissão pública do sentimento de culpa que os persegue e demonstra uma certa coerência histórica: o PSD nunca quis a A23 e a A25 e quando o Governo PS as construiu, sempre exigiu a introdução de portagens».

Luis Martins

Escolhido consórcio que vai colocar pórticos
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