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Escola Superior de Saúde aguarda portaria

Radiologia e Farmácia são os cursos propostos para 2005/06

A ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior invocou na semana passada a morosidade dos procedimentos técnicos na criação de cursos de Saúde para explicar a demora na conversão da Escola Superior de Enfermagem da Guarda em Escola Superior de Tecnologias da Saúde. «Há pareceres técnicos que não podem ser evitados, daí a demora», sustentou Maria da Graça Carvalho, na sessão realizada para o efeito no Governo Civil na última quinta-feira. E parece que desta vez é irreversível, bastará aguardar pela publicação da portaria, ainda antes das eleições, para ratificar essa transformação seis anos depois do processo ter sido iniciado. Tudo aponta para que arranque no próximo ano lectivo.

Sem pompa e muito menos circunstância, a governante anunciou a criação da Escola Superior de Saúde numa cerimónia em que a presidência do IPG primou pela ausência. Maria da Graça Carvalho também não deu pela sua falta e lá explicou que a Guarda integrava o conjunto de quatro escolas que ainda estavam em análise no ministério e que iam ser anunciadas. Leiria, Viseu e Beja já o tinham sido nos últimos dias, restava a Guarda. «Já estava à espera há bastante tempo, eu só acelerei os processos», disse, acrescentando que a Escola Superior de Tecnologias da Saúde «é importante para a cidade e para o país, porque estamos carenciados de técnicos». Caberá agora ao Politécnico e à escola propor a criação de novos cursos na área das tecnologias da saúde, que ainda terão que passar pelo crivo da Direcção-Geral do Ensino Superior e dos especialistas da Unidade de Missão para o Ensino da Saúde, presidida por Alberto Amaral. «A aprovação dos cursos propostos vai depender dessa avaliação, mas com certeza que tudo vai correr bem», acrescentou, negando que este anúncio seja eleitoralista. «É um processo que está no ministério desde 1999, se uma decisão que demorou seis anos é rápida e apressada então não sei…», desabafou, não sem antes anunciar a aprovação do curso de especialização médico-cirúrgica, que arrancará em Abril.

Quem já fez seguir tudo para Lisboa é Abílio Figueiredo, presidente do conselho directivo da nova Escola Superior de Tecnologias da Saúde da Guarda. «Temos tudo devidamente reformulado desde o ano passado no ministério», adianta, referindo ter sido proposta a criação dos cursos de Farmácia e Radiologia para o ano lectivo 2005/2006 e que se perspectivam outros de Ambiente e Anatomia Patológica no futuro. Para já, o responsável reclama entre 20 a 25 vagas para os dois primeiros e conta fazer valer o facto da área de Saúde ter prioridade na atribuição de vagas para assegurar no IPG o «máximo possível» de vagas. «A nossa expectativa é ver aprovados os dois primeiros cursos, mas temos que ajustar os meios e os recursos que temos. Se um deles não for aprovado, transitará para o ano seguinte», indica. Abílio Figueiredo admite que a escola vai ter que recorrer a colaboradores externos por não ter corpo docente nas áreas científicas específicas e avisa que o sub-financiamento de que esta unidade orgânica do Politécnico padece não vai dar para tudo. «É um problema significativo, pois é muito complicado gerir a escola com as verbas que temos, nomeadamente a área pedagógica e científica», lamenta, adiantando que a escola tem este ano menos 30 mil euros que em 2004 num orçamento um pouco superior ao milhão de euros.

A Escola Superior de Enfermagem da Guarda tem actualmente 370 alunos e tem contribuído de «forma decisiva» para a fixação de profissionais de enfermagem na região. «Pelo menos 75 por cento dos enfermeiros a trabalhar no distrito fizeram aqui o seu curso», revela o presidente do conselho directivo.

Luis Martins

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