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Escavações no castelo

Vila do Touro

Está a decorrer a terceira campanha de escavações arqueológicas no castelo de Vila do Touro (Sabugal), num trabalho de campo levado a cabo pela autarquia com professores e alunos da Universidade de Coimbra.

As prospeções decorrem em duas zonas da fortificação e tentam abranger o período medieval e uma ocupação humana que remonta há cerca de 3.000 anos (Proto-história). Segundo Marcos Osório, do Gabinete de Arqueologia e Museologia do Sabugal, relativamente ao período medieval, trata-se de «descobrir marcas das casas e outras estruturas de apoio que revelam a presença dos construtores do castelo, o que terá durado pelo menos 50 anos, até que houve uma decisão por parte do concelho da Guarda para que a construção parasse». O arqueólogo acrescenta que após estas casas terem sido abandonadas, «nos séculos seguintes, a população de Vila do Touro veio até aqui buscar pedras para as suas casas e o que hoje temos é o esqueleto dos restos da presença das pessoas que aqui viviam e estavam a construir o castelo».

Quanto aos materiais já descobertos não são «de grande qualidade», pois aqui moravam «operários e uma pequena guarnição militar», refere o responsável. Por sua vez, Raquel Vilaça, professora no Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, garante que o material já identificado, «especialmente a cerâmica decorada, que um dia venha a ser exposto, coloca o Museu do Sabugal a par do Museu de Salamanca e do Museu de Ávila, com materiais muito próximos». O castelo de Vila do Touro data provavelmente da Idade do Bronze e foi reconstruído no reinado de Dom Dinis, tendo sido entregue à Ordem dos Templários. Mas a assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297, ditou o declínio da fortificação, que nunca chegaria a ser ultimada.

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