Na hora do balanço, o projecto “Guarda Cidade Desporto” excedeu as expectativas, mas pode mesmo assim ter os dias contados. Em causa está «uma despesa não programada, na ordem dos 15 mil euros, relativa à perda de cauções e ao arranjo de pequenos toques na viatura alugada para o efeito», revelou Luís Celínio, presidente do Clube Escape Livre, promotor da equipa. Palavras que não agradaram a Maria do Carmo Borges, actual Governadora Civil, que também esteve na origem do projecto e não tinha conhecimento da situação. «Não estou habituada a ser convidada para o enterro de coisas que estão a dar resultado», respondeu, desagradada, na passada quinta-feira durante uma cerimónia que ficou marcada pelo diálogo acalorado entre ambos.
O apoio da Câmara da Guarda e do Governo Civil – a que mais tarde se juntaram algumas empresas privadas da cidade – foi determinante para concretizar este projecto inédito a nível nacional. «Pretendíamos promover o nome da Guarda e, ao mesmo tempo, possibilitar a um ou mais pilotos a hipótese de participarem num troféu com estas características», recordou Luís Celínio, presidente do Clube Escape Livre, promotor do projecto. «Com o excelente quinto lugar final de David Saraiva e a oitava posição na geral final da equipa “Guarda Cidade Desporto”, podemos dizer que a missão foi plenamente cumprida, pois sempre dissemos que um lugar entre os dez primeiros seria já uma boa prestação para quem nunca tinha corrido numa prova deste tipo», acrescentou. Apesar de todos os louros, sobra também um prejuízo «de cerca de 15 mil euros» para o Escape Livre, afiança Luís Celínio, e por isso o projecto pode «ficar por aqui», disse com certa amargura. O responsável está agora à espera dos restantes parceiros para ajudar a pagar o que falta, mas garante que o clube terá, «naturalmente, que assumir esta responsabilidade» se isso não acontecer. E recorda que a função do Escape Livre era apenas apoiar logisticamente e assegurar a realização deste projecto. Por tudo isto, Luís Celínio considera difícil reunir condições para repetir a iniciativa.
Apanhada de surpresa, a Governadora Civil da Guarda prometeu «encontrar uma solução». Para Maria do Carmo Borges, «é obrigação da Guarda envolver-se no projecto e dar-lhe continuidade», lançando de imediato o desafio ao Clube Escape Livre para ser retomado já no próximo ano. Luís Celínio acabou por aceitar o repto, mas considerou «difícil» reunir condições para repetir a iniciativa. O projecto foi «um sonho tornado realidade e concretizado da melhor maneira», disse, anunciando que vai preparar um dossier para apresentar aos parceiros sobre uma participação futura, cujo orçamento estima rondar os «40 mil/42,5 mil euros». Recorde-se que David Saraiva foi o piloto encarregue de conduzir o Seat nº14 com as cores da Guarda nas quatro provas do Troféu Sprint, duas em Portugal e outras tantas em Espanha. O volante foi dividido na prova de Endurance com Nuno Rodrigues da Silva, em Jarama e Valência, e com Victor Costa, em Braga. Já no Estoril, onde David Saraiva foi terceiro na prova de Sprint, Victor Costa e Pinto Moreira repartiram a condução na corrida de Endurance.
Patrícia Correia
