Arquivo

Época de fogos durante todo o ano

Frota própria de meios aéreos e corpo profissional de bombeiros são algumas das medidas anunciadas por António Costa

Portugal vai deixar de ter uma época oficial de incêndios florestais, passando a estar o ano inteiro em alerta, e terá uma frota própria de meios aéreos de combate aos fogos. O Executivo prepara-se ainda para criar um corpo de bombeiros profissional do Estado, que, além de combater incêndios florestais, estará igualmente preparado para responder em situações de catástrofe, como sismos ou cheias, indicou a mesma fonte.

Estas são algumas medidas anunciadas pelo ministro da Administração Interna, António Costa, na Comissão Permanente da Assembleia da República, em Lisboa. Ao abolir a época oficial de fogos florestais, que decorreu entre os dias 1 de Junho e 31 de Setembro, o Governo assumiu que existe o risco de incêndio durante todo o ano. Por isso, vai criar um dispositivo permanente de acompanhamento da situação, que evolui conforme o aumento do risco de incêndios e terá duas fases: a Alfa (que começa no dia 1 de Janeiro) e a Bravo, que será accionada quando o risco é maior (Junho e Julho). A unificação de todo o sistema de vigilância sob coordenação da GNR e a fusão dos Centros de Prevenção Distrital (que dependem do Ministério da Agricultura) com os Centros Distritais de Operações de Socorro (que dependem do Ministério da Administração Interna) são outras medidas previstas. Dessa fusão surgirá um comando único de todas as forças intervenientes na vigilância, prevenção e combate aos incêndios florestais e que irá dispor de uma frota de meios aéreos permanentemente disponível para o combate às chamas.

Estas medidas ocorrem depois de três anos de grandes incêndios em Portugal que consumiram uma vasta área. De acordo com dados divulgados no passado 30 de Agosto por António Costa, os incêndios florestais consumiram desde o início de 2005 uma área estimada em 240 mil hectares, um número obtido através da análise das imagens de satélite. A área ardida confirmada no terreno até 28 de Agosto é de 166.339 hectares, segundo a Direcção-Geral de Recursos Florestais, que detectou 28.670 incêndios. Em 2004, arderam em Portugal cerca de 129.529 hectares e em 2003, o pior ano das últimas duas décadas, a área destruída pelo fogo ultrapassou os 425.000 hectares.

Sobre o autor

Leave a Reply