“Um povo sem conhecimento, saliência do seu passado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes.”
Bob Marley
Parabéns a você…
é assim quase sempre… Ano após ano, chega o tempo de dedicar a canção a alguém. Esquecem-se eventuais desaguisados, olvidam-se desfeitas, enterram-se os machados de guerra.
27 de Novembro de 2009.
Nesta data querida…
oitocentas e dez velas depois ainda aqui estamos. Ainda aqui resistimos, talvez fosse melhor dizer.
Contra ventos que não só os de Castela, contra marés que não apenas as do litoral.
Contra um país mais e mais inclinado para o litoral. Contra um Poder que nos vai digerindo, a nós resistentes, em digestão longa de quatro anos e que depois, digestão feita, nos vem arrotar aos ouvidos mais e mais promessas de iguarias que, já o sabemos, serão para nós, como para a raposa, uvas verdes que mal se podem tragar…
Contra os muitos romances de cordel de política barata que grassam por aí e fazem transbordar de sangue os alguidares.
Contra a demora do TGV, ou porque não passa, ou porque passa demasiado rápido.
Contra o desemprego que nos carrega em cima mais e mais impostos (são agora mais quinhentas almas à míngua, Senhor!…).
Contra as empresas, piquenas, médias e grandes, que, insensatas, teimam em não querer vir beber-nos os ares.
Muitas felicidades…
e desejos. Muitos desejos. Desejos de ver, no dealbar do século XXI, o Concelho coberto, na sua totalidade, de saneamento básico e de água nas torneiras.
Desejo de ver um investimento sólido e sistemático na Educação como arma fundamental para enfrentar u futuro.
Desejo de ver implementada uma política de apoio à terceira idade num contexto em que, apontam-no os estudos demográficos, a população envelhece a um ritmo alucinante.
Desejo de ver a Guarda afirmar-se não como uma cidade em crescimento, mas como uma cidade qualificada, como a cidade do progresso humanizado.
Muitos anos de vida…
agora que estamos em festa, estes muitos anos que sejam vividos com padrões de qualidade cada vez mais elevados, com empenho em enriquecer a Guarda no campo económico, mas também no cultural, no desportivo, no social.
Empenhemo-nos pois. Todos. Porque, afinal, somos dos tais que continuamos a resistir.
E já agora para si, caro leitor, que resistiu e leu até ao fim
… muitos anos de vida.
Por: Norberto Gonçalves
