O nome de António Ruas, indicado por José Manuel Biscaia para a presidência da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), reuniu consenso entre as 13 autarquias que constituem este organismo, tendo sido eleito para o cargo, na assembleia intermunicipal da passada quinta-feira. O edil de Pinhel aponta as energias renováveis como prioridade e manifesta a vontade de reatar relações com a Câmara da Covilhã.
António Ruas admite que a dívida daquele município, no valor de quase 2,2 milhões de euros e com mais de cinco anos – referente à deposição de lixo na Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (ETRSU) da Cova da Beira –, está a «sufocar um pouco a associação». Daí que esteja nos seus planos reunir com o presidente da autarquia covilhanense, Carlos Pinto, para «encontrarmos plataformas de entendimento para resolver o problema». O sucessor de José Manuel Biscaia à frente da AMCB diz até que veria com bons olhos o regresso desta autarquia à associação. «Nunca excluímos ninguém e, por isso, estamos de braços abertos para receber a Câmara da Covilhã», sublinha o responsável. Relativamente a projectos, António Ruas afirma que o seu mandato incidirá na «continuidade daquilo que tem sido feito nos últimos anos, que foi um trabalho muito meritório», pelo que as questões ambientais e as energias renováveis surgem no topo da sua lista de prioridades.
Durante esta semana, o social-democrata pretende inteirar-se dos diferentes dossiers e irá, segundo adianta, reunir com os funcionários e ainda com o ex-presidente da Câmara de Manteigas. José Manuel Biscaia deixa a presidência da AMCB após dois mandatos consecutivos, mas vai continuar ligado a este organismo, visto que fica à frente da Enerarea – Agência Regional e Energia e Ambiente do Interior. Depois destes encontros, segue-se uma abordagem às autarquias que integram a AMCB «para que se possam então traçar as linhas orientadoras» e definir candidaturas, refere António Ruas. Para o presidente da Câmara de Pinhel, a AMCB, fundada em 1981, «continua a ter o seu próprio espaço» na região porque «tem projectos diferentes de outras» entidades como a Comurbeiras – Comunidade Urbana das Beiras, a Águas do Zêzere e Côa (AdZC) ou a Resiestrela. «São entidades diferentes com objectivos diferentes», considera, acrescentando que, «se a determinada altura chegarmos à conclusão que ela [AMCB] já não se justifica, então discutiremos o assunto».
Já quanto à sede, instalada na Covilhã – apesar da maioria dos municípios constituintes ser do distrito da Guarda e apenas três do de Castelo Branco –, o novo presidente da AMCB diz que não vislumbra «qualquer alteração para já», referindo que «é preciso ponderar e analisar» no seio da associação e ainda aguardar pela reunião com Carlos Pinto.
