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Energia nuclear: Petróleo atómico?

Mitocôndrias e Quasares

Esta semana surgiram os primeiros sinais de uma nova subida de preços dos combustíveis. Responsáveis pelas empresas petrolífera lançaram sérios avisos à navegação sobre este tema, avisando para um inevitável aumento do preço do “ouro negro”

Numa altura em que este coluna se encontra a “banhos” recupero um artigo sobre as alternativas a este problema sério das economias mundiais.

Sempre que o preço dos combustíveis fósseis, nomeadamente do petróleo, “dispara” para valores muito altos nos mercados internacionais, o debate sobre o desenvolvimento e utilização de energias alternativas é retomado. A implementação de energias alternativas passa pela aplicação de energias renováveis, com especial destaque para a energia eólica e solar, e pela redescoberta da energia nuclear.

A energia nuclear tem gerado muita polémica no seio da comunidade científica e reflexo disso, é a sua história conturbada. Esta tem passado por períodos onde é vista como a solução energética do futuro, nomeadamente no início dos anos 60, com o aparecimento das primeiras centrais nucleares. Mais tarde, na década de 80, foi vista como um enorme risco ambiental, tendo como fortes opositores inúmeros ecologistas e ambientalistas.

A energia nuclear é a energia libertada durante a fissão nuclear, na qual um átomo de um elemento origina dois átomos de elementos diferentes; ou aquando da fusão do núcleo atómico, onde dois átomos de pequenas dimensões combinam-se originando um átomo de maiores dimensões, de um elemento diferente. A quantidade de energia que pode ser obtida através destes processos excede largamente aquela que se obtém através da utilização das energias renováveis, ou mesmo da “queima” de combustíveis fósseis.

A necessidade de travar as alterações climáticas, de cumprir as metas estabelecidas pelo protocolo de Quioto, acordo rectificado por alguns países para reduzir a emissão de gases poluentes para a atmosfera, associado à crescente dependência energética da nossa sociedade, levou ao reequacionamento da utilização da energia nuclear. Apesar das energias renováveis serem uma tecnologia promissora, não parecem ser a solução a curto prazo para combater crise energética devido à pouca rentabilidade que apresentam.

Actualmente, só se produz energia a partir da fissão nuclear, da qual resultam resíduos radioactivos que se mantêm activos por muitos milhares de anos. Apesar de não emitir gases poluentes para a atmosfera, a diversidade de opiniões sobre o destino dos resíduos parece ser o argumento utilizado por ecologistas para se oporem à utilização da energia nuclear.

Esta nova aposta no nuclear passa pelo desenvolvimento de uma nova geração de centrais atómicas mais seguras, mais eficazes e mais ecológicas. Estes três pressupostos, para além de tornarem o processo atómico mais eficiente, procuram combater o medo que as centrais nucleares despertam na opinião pública.

A discussão que irá decorrer nos próximos anos sobre qual das energias alternativas deve ser a aposta futura para combater a crise energética não deve estar presa a pressupostos obsoletos ou dogmas antigos, deve sim, acompanhar as evoluções tecnológicas que ciência nos oferece.

Por: António Costa

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